Mendonça abraça Messias que inicia campanha por vaga no STF pedindo apoio de evangélicos; veja vídeo
Um dia após ser indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado-geral da União, Jorge Messias, começou sua campanha pelo cargo, pedindo apoio inicialmente aos evangélicos.
Messias esteve na Convenção da Assembleia de Deus Madureira no Estado de São Paulo. Ao ser chamado ao palco, foi anunciado com destaque sobre sua indicação para o Supremo e recebido com uma abraço de André Mendonça, o ministro “terrivelmente evangélico” do STF.
Na Corte, a expectativa é de que o ministro Kassio Nunes Marques, que também foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, também entre na campanha para receber o AGU no colegiado. Com isso, aumentam as chances de Messias, indicado por Lula, enfrentar mais resistência da base aliada ao petista do que da direita bolsonarista.
Por ora, entretanto, Messias ainda tem um amplo trabalho para conquistar votos dos senadores. No Congresso Nacional, os evangélicos estão divididos. Não no sentido de fazer campanha contrária a ele, mas a dúvida é se vão aderir à estratégia de pedir votos para o AGU. Levantamento realizado pelo Estadão em consulta aos membros da CCJ mostra que Messias não começa com vantagem na disputa.
O deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), por exemplo, já avisou que fará campanha abertamente. Ele é da Assembleia de Deus Ministério De Madureira. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) pregou cautela. Disse que não vai se posicionar agora porque quer aguardar o debate na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). “Messias é um bom menino”, limitou-se a dizer Damares, uma das mais ferrenhas opositoras ao governo Lula.
Líder do Republicanos, partido que reúne grande número de evangélicos, o senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) tenta afastar a discussão sobre religião do debate sobre a aprovação do novo ministro do STF. Para ele, ser evangélico não ajuda nem atrapalha e o que conta é a relação com os senadores.
“Esse não é o momento de fazer ideologia sobre um cargo importante para o Brasil. E eu acredito que ele tem toda capacidade técnica, tem conhecimento, tem vivência. Claro que ser cristão, ser evangélico, é um ponto positivo que a gente nao pode ignorar. Mas não é isso que a CCJ vai avaliar. Creio na aprovação”, afirmou à Coluna do Estadão.

