22 de novembro de 2025
Politica

Confissão de Bolsonaro é imagem final melancólica a constranger aliados que alegaram prisão injusta

As imagens mostram um fim de carreira político melancólico de um ex-presidente da República. Nelas, Jair Bolsonaro confessa ter usado um ferro de solda para queimar o case da tornozeleira eletrônica, uma das medidas cautelares para tentar impedir a fuga que outros aliados conseguiram. Sem titubear, o ex-presidente diz ter começado a danificar o equipamento no final da tarde. O vídeo foi gravado na madrugada, quando uma agenda Secretaria de Administração Penitenciária do DF foi verificar o alerta de rompimento do equipamento, mas veio a público na tarde deste sábado. Antes, aliados, inclusive governadores de direita, já tinham vindo a público defendê-lo do que chamavam de “uma prisão injusta”. Sobrou o constrangimento.

Pesou o fato de que a narrativa inicial se deu sob o argumento explicitado na decisão de Moraes de que a vigília convocada por Flávio Bolsonaro motivou a prisão. Os detalhes sobre a tentativa de destruir a tornozeleira pegou todos no contrapé.

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, por exemplo, condenou o fato da decisão de “tirar um homem de 70 anos de sua casa, desconsiderando seu grave estado de saúde”. As imagens mostram que Bolsonaro é quem mais queria sair de casa, ficando livre do monitoramento.

22/11/2025 - Reprodução vídeo da tornozeleira danificada de Jair Bolsonaro, após tentativa de violação. Foto: Reprodução
22/11/2025 – Reprodução vídeo da tornozeleira danificada de Jair Bolsonaro, após tentativa de violação. Foto: Reprodução

Ratinho Jr., do Paraná, reclamou de “insensibilidade do Judicário” Romeu Zema, de Minas Gerais, disse que “afastaram Jair Bolsonaro do convívio da família, de forma arbitrária e vergonhosa para nossa história”. Seguiram na linha Jorginho Mello e Cláudio Castro, este pedindo “um mínimo de deferência” para aquele que manejava o ferro de solda.

Até os mais astutos, como Gilberto Kassab ou Arthur Lira caíram na arapuca. Kassab registrou “incompreensão por medida jurícia tão severa e injusta”. Lira disse que a decisão “Não se justifica”.

Aliados descobriram, da pior forma, que novamente foram usados pela família Bolsonaro. Certamente os que estavam próximos do ex-presidente sabiam o que ele fez. Ninguém contou. Pediu solidariedade sustentando a narrativa de que tudo não passava de perseguição para impedir a manifestação dos aliados diante do condomínio, o que acabou sendo incentivado pela falta de clareza da decisão de Moraes. Agora, surpreendidos, vão ter que arcar com o desgaste do apoio, involuntário ou não, a mais um ilícito do ex-presidente.

 

 

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