Líder do PL no Senado diz que Messias terá de conseguir votos com governo: ‘Oposição será oposição’
BRASÍLIA – O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), afirmou ao Estadão/Broadcast que Jorge Messias terá de buscar seus votos com aliados do governo caso queira a aprovação de sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Portinho, a oposição irá contra o nome do atual advogado-geral da União.
“A oposição será oposição. Os votos ele vai ter que conseguir do governo. (A votação de Paulo) Gonet foi apertada”, disse Portinho.
Placar do Estadão mostra que, nas primeiras horas após a escolha, apenas quatro senadores declararam voto no chefe da AGU, número inferior ao dos parlamentares que se manifestaram contra seu nome para o STF

Messias teve a indicação oficializada na última quinta-feira, 20. O Senado, no entanto, resiste ao nome dele por defender a escolha do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A avaliação na oposição é que Messias tem uma ligação forte com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que inviabilizaria um apoio.
Governistas consideram que o fato de Messias ser evangélico poderia facilitar a obtenção de alguns votos da oposição no Senado. Um dos cabos eleitorais de Messias, por exemplo, é o ministro do STF André Mendonça, também evangélico e que foi indicado ao posto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O tema deve ser discutido em reunião da bancada evangélica do Senado nos próximos dias.
Para ser aprovado, Messias precisa ter o voto favorável de 41 dos 81 senadores. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), tem mostrado insatisfação com a indicação e tem sinalizado que poderá votar contra Messias – Alcolumbre também defende a indicação de Pacheco, seu aliado próximo.
A baixa votação dada pelo Senado à recondução de Paulo Gonet à Procuradoria Geral da República, com apenas quatro votos a mais do que o necessário, também foi vista como um recado ao Palácio do Planalto.
Diante da dificuldade, Messias divulgou nesta segunda-feira, 24, um comunicado com elogios a Alcolumbre e aos senadores. Na nota, Messias disse que tem uma relação “saudável, franca e amigável” com Alcolumbre, por quem tem “grande admiração e apreço”.
O AGU disse que vai buscar cada um dos senadores para ouvir “atentamente suas preocupações com a Justiça de nosso País” e expor suas perspectivas que deve levar ao Supremo, caso aprovado, “para lá agir em defesa de nossa Constituição Federal”.
“Iniciada a primeira semana após a minha indicação, sinto-me no dever de me dirigir ao Presidente do Senado Federal, Senador Davi Alcolumbre, para oferecer-me ao seu escrutínio constitucional”, disse Messias na nota. “O faço também por reconhecer e louvar o relevante papel que o presidente Alcolumbre tem cumprido como integrante da Casa, que agora preside pela segunda vez, atuando como autêntico líder do Congresso Nacional, atento a elevados processos decisórios, em favor de nosso País”, disse o indicado.
