Projeto leva debate sobre racismo e bullying a alunos da rede municipal de Salvador

Foto: Jefferson Peixoto/ Secom PMS
Texto: Camila Vieira/ Secom PMS
As oficinas educativas do projeto “O ECA Vai à Escola – Racismo não é bullying”, integrando a programação do Salvador Capital Afro, foram iniciadas nesta segunda-feira (24), na Escola Municipal Permínio Leite, localizada no Dois de Julho. Durante a abertura das atividades, cerca de 100 alunos do 1º ao 5º ano assistiram a palestras e participaram de dinâmicas interativas.
O programa é desenvolvido pela Prefeitura de Salvador, através da Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), e reforça o compromisso da gestão pública municipal com a promoção dos direitos das crianças e o enfrentamento ao racismo e ao bullying desde a primeira infância. Os debates serão realizados em mais duas escolas da rede até sexta-feira (28).
O “O ECA Vai à Escola – Racismo não é bullying” tem como propósito esclarecer, de forma lúdica e pedagógica, que o racismo é uma violação de direitos prevista em lei e não pode ser confundido com conflitos cotidianos ou brincadeiras entre crianças, o que caracteriza o bullying.
O bate-papo foi iniciado com questionamentos entre os alunos sobre as diferenças entre o bullying e o racismo. Cauê Figueiredo, 10 anos, aluno do 4º ano, mostrou que entende bem do assunto. Ao levantar a mão para se posicionar no debate, foi enfático: “Racismo é crime e quem pratica pode até ser preso”, disse o menino, revelando que já foi vítima de ataques.
A secretária da SPMJ, Fernanda Lordelo, destaca que a iniciativa reforça a importância da cultura de paz, do respeito às diferenças e da promoção de ambientes escolares seguros e acolhedores.
“Levar o ECA às escolas para discutir que racismo não é bullying é investir, de forma técnica e afetiva, na formação de crianças mais conscientes, seguras e respeitosas. Ao dialogarmos sobre direitos desde a primeira infância, fortalecemos uma Salvador que reconhece, enfrenta e supera o racismo em todas as suas formas”, afirma a secretária da SPMJ.
Dinâmica – Ao iniciar o ciclo de atividades com os alunos, a coordenadora de Políticas Públicas para Infância, Adolescência e Juventude da SPMJ, Dinsjani Pereira, explicou que a programação contempla dinâmicas participativas que estimulam o diálogo, a escuta e a empatia entre as crianças.
“Sabemos que essa é uma pauta que precisa se fazer presente nas escolas o tempo inteiro, durante todo o ano. Estamos aqui em novembro fazendo uma construção que precisa ser reforçada com atividades realizadas no decorrer de todo projeto pedagógico”, afirmou.
De acordo com a professora de Língua Portuguesa, Matemática e Ciência Cláudia Dantas, os temas são tratados com muito cuidado ao longo do ano em sala de aula. “Fazemos práticas inclusivas, explicamos e levamos eles à reflexão. A gente tem conversado diariamente e faço uso de uma palavrinha mágica, que é a empatia. Quando a gente se coloca no lugar do próximo, a gente não vai ferir ninguém. Essa dinâmica hoje nos leva exatamente a esse lugar, de tratar o outro como a gente quer ser tratado”, assinalou a educadora.
Programação – As ações do “O ECA Vai à Escola – Racismo não é bullying” integram o Salvador Capital Afro, que é um conjunto de ações afirmativas da gestão municipal voltadas à valorização da cultura negra, ao fortalecimento da identidade afro-soteropolitana e à promoção de políticas públicas antirracistas.
Na quinta-feira (27), a iniciativa acontecerá na Escola Municipal de Ilha de Maré, na Comunidade de Praia Grande, também das 10h às 11h30. Encerrando o ciclo, na sexta (28), a oficina chega à Escola Municipal Cosme de Farias, situada na Rua Galdino Franklim Bandeira, no bairro de Nazaré, no mesmo horário das demais.
Acesse a galeria de fotos: https://comunicacao.salvador.ba.gov.br/projeto-o-eca-vai-a-escola-racismo-nao-e-bullying/ .
