25 de novembro de 2025
Politica

Com prisões discretas, STF se opõe à Lava Jato no tratamento aos condenados pela trama golpista

As prisões dos condenados da trama golpista foram realizadas de forma discreta, sem a divulgação de imagens dos réus enquanto eram levados para as unidades prisionais onde cumprirão pena. O estilo adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é o oposto adotado pela Lava Jato, que prendeu políticos por corrupção.

Em 2018, a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva foi amplamente registrada, especialmente por conta da multidão de apoiadores presente. No caso de Jair Bolsonaro, a Polícia Federal cumpriu o mandado sem espetacularização, em sinal de que se movimenta na mesma toada do STF.

O relator dos processos sobre a trama golpista, ministro Alexandre de Moraes, determinou o início do cumprimento das penas impostas aos réus do núcleo principal
O relator dos processos sobre a trama golpista, ministro Alexandre de Moraes, determinou o início do cumprimento das penas impostas aos réus do núcleo principal

As prisões dos demais réus do núcleo principal da trama golpista, ocorridas nesta terça-feira, 25, seguiram a mesma ordem de discrição. Alexandre de Moraes só autorizou a inclusão das decisões no andamento processual do site do tribunal depois que as ordens tinham sido cumpridas.

A decisão de manter Bolsonaro na carceragem da PF em vez de mandá-lo para a Papuda segue a mesma lógica. Uma transferência agora poderia ser explorada politicamente e atrair apoiadores do ex-presidente para as ruas. A possibilidade de levar Bolsonaro para a Papuda nos próximos dias, quando baixar a temperatura, não está descartada.

Além de ter interesse em chamar menos atenção para o início do cumprimento das penas, Moraes atendeu a um pedido pessoal do comandante do Exército, Tomás Paiva, para que os militares condenados pela trama golpista não fossem algemados no momento da prisão e fossem levados para uma unidade da caserna.

O ministro cumpriu o prometido: os militares cumprirão pena em unidades das forças às quais pertencem. A exceção, Bolsonaro, já havia sido combinada previamente com o Exército.

 

 

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