Simm recebe palestra sobre inclusão de pessoas com epilepsia no mercado de trabalho

Foto: Jefferson Peixoto/ Secom PMS
Texto: Mateus Soares e Eduardo Santos/ Secom PMS
A sede do Serviço Municipal de Intermediação de Mão de Obra (Simm) no Comércio recebeu, nesta terça-feira (25), a palestra “Trabalho sem barreiras – A força da inclusão da pessoa com Epilepsia”. O encontro foi ministrado pela jornalista Alessandra Nascimento, sócia-fundadora e presidente da Associação Baiana de Pessoas com Epilepsia, Familiares e Amigos (ABPEFA), além de embaixadora da Associação Brasileira de Epilepsia (ABE), que tratou dos desafios para a inserção deste público nos meios de produção.
A palestrante apresentou também informações sobre os cuidados necessários para enfrentar crises no ambiente de trabalho, além de sugerir noções de convivência com pessoas que encaram o desafio no dia a dia.
“A questão da inclusão da pessoa com deficiência oculta já é um grande marco para nós, que sofremos com isso. Nasci nos anos 1970 e, naquela época, o diagnóstico era um tabu. A sociedade da época tinha essa premissa de não falar no assunto e isso impactava também na realidade do mercado. O que nos obrigava, invariavelmente, a empreender. Hoje eu sou uma jornalista independente, pois ter uma crise no ambiente de trabalho é arriscado, porque nem todos saberão como proceder. Nem todos entendem o que está acontecendo”, explicou a presidente da ABPEFA.
Segundo Alessandra, a epilepsia começa como uma crise neurológica, mas avança em áreas diversas, como a psiquiatria.
“Imagine você tendo que omitir sua condição ainda na infância, para não sofrer preconceito em casa, na escola e num ambiente profissional. Antes não existia a visão que há hoje em dia, tampouco a nomenclatura de mães e pais atípicos. Então, era muito difícil para minha geração. Em vários momentos, na redação do jornal, tinha crises de epilepsia. Às vezes, tomando café, o copo derramava em cima de mim. E eu tinha que mentir e omitir, pois era uma forma de preservar o meu trabalho. Muita gente possui a condição da epilepsia refratária, que, mesmo tomando os medicamentos, ainda há convulsões, crises, que são casos mais desafiadores e dependem de cuidados e de assistência governamental.”
A presidente da ABPEFA informou ainda que quem não possui a condição refratária, que hoje atinge cerca de 70% das pessoas com epilepsia, está sujeito a gatilhos, como estresse, ansiedade, dentre outros. A associação, hoje, tem 60 famílias atendidas e integra o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, buscando parcerias para levar a bandeira da condição da pessoa com epilepsia para outras famílias que necessitam desse apoio.
Marcos Almeida, supervisor de vagas do Simm Comércio, destacou a importância de falar sobre o tema e sua realidade no mercado de trabalho. “Essa ação integra nossa política de inclusão no mercado de trabalho e temos essa intenção de mostrar às empresas a necessidade de inclusão das pessoas com epilepsia em seus quadros, bem como explicar como agir e atender a um colaborador que tenha como condição algum tipo de deficiência, neste caso, a epilepsia”.
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