Alcolumbre rejeita estratégia de Lula para adiar sabatina de Messias
Em uma tentativa de adiar a sabatina de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF) e ganhar tempo de articulação, o governo Lula ainda não enviou ao Senado a mensagem presidencial que oficializa a indicação do advogado-geral da União à vaga na Corte. No entanto, segundo apurou a Coluna do Estadão, o entorno do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), avalia que a publicação da nomeação no Diário Oficial da União (DOU), que ocorreu no último dia 20, já é suficiente para o início da contagem dos prazos para a sabatina e a votação.
Alcolumbre, em crise na relação com o Palácio do Planalto após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preterir o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na indicação ao Supremo, marcou para 10 de dezembro a sabatina de Messias na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O tempo é considerado curto pelo governo dadas as resistências ao AGU no Senado. A avaliação é de que o presidente da Casa, ao determinar um rito célere, trabalha pela rejeição do nome de Messias.
Como mostrou o Estadão, Alcolumbre disse a interlocutores que, a partir de agora, será um “novo Davi” para o Planalto. Mais do que contrariedade, o senador manifestou revolta com a decisão de Lula de indicar Messias para o STF. “Vou mostrar ao governo o que é não ter o presidente do Senado como aliado”, afirmou a portas fechadas.
Nesta quarta-feira, 26, Alcolumbre boicotou a cerimônia no Planalto de sanção da lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, o que escancarou o mal-estar. A medida é uma das principais apostas do governo Lula para as eleições de 2026. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também faltou ao evento, após romper relações com o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ).

