4 de dezembro de 2025
Politica

Julgamento do pedido de extradição de Carla Zambelli é novamente adiado pela Justiça da Itália

A Justiça italiana adiou novamente o julgamento do pedido de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para o Brasil. Zambelli está presa na Itália, para onde fugiu pouco depois do Supremo Tribunal Federal (STF) determinar sua prisão, em junho. A audiência que aconteceria nesta quarta-feira, 4, foi remarcada para o dia 18 de dezembro.

Após a fuga, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) tomasse as providências necessárias para que a parlamentar fosse extraditada para o Brasil. A AGU representa o governo brasileiro na ação na Justiça do país europeu.

Segundo o advogado de Zambelli, Fábio Pagnozzi, o adiamento ocorreu após a defesa protocolar “provas, inclusive o relatório da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, além das condições carcerárias do Brasil”.

Carla Zambelli depõe na Comissão de Constituição de Justiça da Câmara dos Deputados em processo de cassação.
Carla Zambelli depõe na Comissão de Constituição de Justiça da Câmara dos Deputados em processo de cassação.

O processo tramita na Corte de Apelação de Roma. Independentemente da decisão, tanto a defesa da deputada, quanto o Ministério Público italiano, que apresentou parecer favorável à extradição, podem recorrer à Corte de Cassação.

A palavra final sobre a extradição de Zambelli caberá ao Ministério da Justiça italiano. Atualmente, a Itália é governada pela primeira-ministra Giorgia Meloni, líder do partido de direita radical Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália).

A análise sobre o pedido de extradição estava marcada para 27 de novembro e foi adiada para esta quinta-feira, 4, por causa de uma greve do judiciário italiano.

Zambelli foi condenada duas vezes pelo STF. Na primeira ação foi sentenciada a dez anos de prisão por invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica, em conluio com o hacker Walter Delgatti Neto, que afirmou ter sido contratado por ela para inserir documentos falsos no sistema, entre eles, um mandado de prisão contra Moraes.

Foi após essa sentença que a parlamentar deixou o País e acabou presa na Itália, em ação conjunta entre a Polícia Federal e autoridades italianas.

Na segunda condenação, o STF impôs pena de cinco anos e três meses, em regime inicial semiaberto, pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, com perda do mandato após o trânsito em julgado.

Além da extradição, Zambelli também enfrenta pedido de cassação de seu mandato na Câmara dos Deputados. Após análise da Comissão de Constituição e Justiça da Casa, o caso segue para o plenário, onde a decisão final será tomada. São necessários pelo menos 257 votos para a cassação.

Na sentença de Zambelli, o STF determinou a perda imediata do mandato. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou essa determinação para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. O relator do processo de cassação, Diego Garcia (Republicanos-PR), votou nesta terça-feira, 2, pelo indeferimento da determinação. “Meu voto é pela preservação do mandato da deputada Carla Zambelli.”

O líder do PT na Câmara,Lindbergh Farias(RJ), afirmou que vai acionar o Supremo para que a decisão judicial seja cumprida por Motta.

 

 

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