5 de dezembro de 2025
Politica

Eleições de 2026 podem esvaziar Câmara de SP com saída de mais de um terço dos vereadores

As eleições de 2026 já mobilizam os bastidores na Câmara Municipal de São Paulo. Um levantamento do Estadão com os 55 vereadores da capital paulista revela que ao menos 20 membros da Casa avaliam se candidatar a algum cargo eletivo, como uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) ou no Congresso Nacional.

A confirmação das candidaturas depende das convenções partidárias, previstas para o início do segundo semestre do ano que vem.

Articulações para 2026 envolvem ao menos um terço da Câmara de São Paulo
Articulações para 2026 envolvem ao menos um terço da Câmara de São Paulo

Os vereadores eleitos com votações expressivas são cotados como “puxadores de votos” das siglas em 2026. Entre os parlamentares que cogitam se candidatar, por exemplo, estão os detentores das maiores votações no pleito municipal: Lucas Pavanato (PL), que obteve 161,4 mil votos, e Ana Carolina Oliveira (Podemos), com 129,6 mil.

A bancada do PL registra o maior número de vereadores que avaliam candidaturas no ano que vem. Além de Pavanato, Zoe Martinez, Sandra Tadeu e Sonaira Fernandes podem participar das eleições.

No partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, a busca por novos nomes para a disputa ocorre após baixas nos principais puxadores de voto da legenda. Em 2022, na eleição para deputado federal em São Paulo, os candidatos mais bem votados do PL foram Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro, Ricardo Salles e Guilherme Derrite. Com duas condenações no Supremo Tribunal Federal (STF), além de uma na Justiça Eleitoral, Zambelli está inelegível, enquanto o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro é réu no Supremo por coação no curso do processo contra o pai. Salles e Derrite, por sua vez, migraram para o Novo e o PP, respectivamente.

No Podemos, além de Ana Carolina, o vereador Danilo do Posto de Saúde, um dos mais bem votados da sigla no pleito municipal, também é ventilado como candidato na próxima eleição.

Os planos para 2026 mobilizam até as bancadas “solitárias” de Novo e Rede, que têm somente um representante cada na Câmara paulistana. Nesses casos, a decisão de lançar os vereadores como candidatos passa pela estratégia de superar a cláusula de barreira, exigência para que as siglas sigam com direito aos recursos do Fundo Partidário.

Enquanto Cris Monteiro, do Novo, é cotada para a disputa para uma vaga de deputada federal, a Rede avalia a vereadora Marina Bragante na corrida por uma vaga na Alesp, fazendo “dobradinha” com Marina Helou, deputada estadual que pode se lançar à Câmara dos Deputados no próximo pleito.

Já a vereadora Amanda Vettorazzo, eleita pelo União Brasil, mas ligada ao Movimento Brasil Livre (MBL), é uma das apostas do grupo para a eleição ao Senado Federal do recém-formado Partido Missão.

No PT, o vereador Alessandro Guedes se apresenta como uma opção ao Senado. Já a petista Luna Zarattini, parlamentar mais votada da sigla, com 101 mil votos, pretende seguir na vereança e apoiar a candidatura de seu chefe de gabinete, o advogado Diego Pandullo, à Assembleia Legislativa.

A chegada dos suplentes

Caso os vereadores confirmem as candidaturas e sejam eleitos, as vagas na Câmara da capital paulista serão ocupadas pelos suplentes.

A substituição é frequente entre os vereadores paulistanos. Como mostrou o Estadão, na legislatura passada, a Câmara de São Paulo iniciou 2024 com 13 mudanças em relação à composição eleita em 2020.

Entre cassações e nomeações para secretarias, a maioria das trocas ocorreu em razão da eleição de vereadores para vagas na Câmara dos Deputados em 2022. São os casos, entre outros, de Erika Hilton (PSOL), Felipe Becari (PP) e Delegado Palumbo (MDB). Também houve migrações com destino à Alesp, como os petistas Eduardo Suplicy e Donato.

Diferentemente de prefeitos e governadores, parlamentares não precisam renunciar ao mandato para concorrer a outro cargo eletivo. Além do mais, caso não sejam eleitos, preservam a função no Legislativo. A regra é vista como uma vantagem competitiva, pois coloca a visibilidade do cargo ocupado pelo candidato como um ativo eleitoral.

 

 

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