Flávio Bolsonaro candidato. Excelente notícia para Lula
A confirmação de Flávio Bolsonaro, filho primogênito de Jair Bolsonaro, como o ungido pelo pai a ser candidato a presidência da República é uma excelente notícia para o petismo. Pela simples razão, detectada pelas pesquisas, de que um eleitorado identificado com o centro — fundamental para definir as eleições — está com ânimo para votar em qualquer um antipetista que não seja da família Bolsonaro.
Mesmo sendo − se é que isso é possível − o “ponderado da família”, Flávio carregará toda a rejeição que envolve o nome do clã. Pode obter expressivo percentual dos votos presidenciais, digamos, 40%, mas empurrará a parcela moderada do eleitorado da população ou para o voto nulo ou para o número 13 de Lula.

Flávio terá alguns outros desafios imediatos pela frente. A começar por conquistar o apoio público da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, com quem teve entreveros. Terá também algumas questões de trajetória a esclarecer, como a compra de uma mansão no Lago Sul, bairro mais caro de Brasília, com recursos que, segundo seus adversários, podem ter advindo da chamada de rachadinhas — ou seja, da subtração de recursos de funcionários de gabinete. A questão, com certeza, fará parte da guerra eleitoral que se avizinha — caso seu nome seja confirmado.
Mas seu maior desafio será se tornar um candidato confiável para os que estão cansados da disputa política histérica sempre inflamada pelo bolsonarismo (e também por parte expressiva do petismo, diga-se de passagem).
De resto, não se trata de uma decisão surpreendente. Ao que tudo indica, para a família Bolsonaro, é melhor perder uma eleição presidencial do que perder a liderança da direita para alguém como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, acusado de ser o “candidato do sistema”. Mas, sacralizada a decisão por Flávio, sem dúvida Lula se torna o favorito com sobras para a eleição de 2026, até por já ter derrotado o Bolsonaro original, o Jair, antes de ser condenado à prisão por tentativa de golpe de Estado.
