10 de dezembro de 2025
Politica

PF e Promotoria prendem dois agentes antinarcóticos por propina de R$ 1 milhão

Um advogado e dois policiais do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Polícia Civil de São Paulo, foram presos preventivamente nesta quarta-feira, 10, na Operação Mata-Nota por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro. Um escrivão também é investigado.

O advogado Ademilson Alves de Brito teria pago R$ 1 milhão em propinas aos policiais para que engavetassem um inquérito envolvendo o traficante conhecido como “Costurado”, membro do PCC.

Operação Mata-Nota
Operação Mata-Nota

Os agentes presos são o investigador de polícia Murilo Muniz e o policial Alan Fernandes Dias. O escrivão Wander Tadeu de Araújo foi alvo de buscas. O Estadão busca contato com as defesas.

Segundo o Ministério Público de São Paulo, mesmo com a identificação de um laboratório de refino ligado a “Costurado” na cidade de Jarinu, no interior de São Paulo, a investigação foi paralisada.

O inquérito havia sido aberto a partir da apreensão de 345 quilos de droga no fundo falso de um caminhão frigorífico.

A Corregedoria da Polícia Civil e a Polícia Federal também participam da operação.

Operação Mata-Nota
Operação Mata-Nota

Uma videochamada entre o advogado e dois policiais, gravada em 23 de maio de 2024, foi recuperada pelos promotores e embasou os pedidos de prisão. Na conversa, eles negociam o fim da investigação.

“Já sabe, estava no acordo, estava no nosso acordo, o importante é não ir atrás de mais ninguém, encerrar o inquérito, mandar esse relatório embora e ninguém deve nada pra ninguém, vida que segue”, afirma o advogado na conversa.

Os promotores identificaram que, pouco tempo depois, os policiais compraram imóveis. O Ministério Público considera que eles já ostentavam patrimônio incompatível com a renda.

A operação foi autorizada pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital. O juiz Tiago Ducatti Lino Machado também autorizou o bloqueio de bens até o limite de R$ 1 milhão.

COM A PALAVRA, AS DEFESAS

A reportagem busca contato com as defesas. O espaço está aberto para manifestação (fausto.macedo@estadao.com; rayssa.motta@estadao.com).

 

 

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