19 de dezembro de 2025
Politica

Ex-assessora de Lira operou orçamento secreto mesmo após saída dele da Presidência, diz PF

BRASÍLIA – A investigação da Polícia Federal sobre o orçamento secreto apontou indícios de que a assessora parlamentar Mariângela Fialek, que era braço-direito do então presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL), continuou operando a liberação de emendas mesmo após o fim do mandato de seu chefe no comando da Casa.

Operação da PF atinge ex-assessora de Arthur Lira
Operação da PF atinge ex-assessora de Arthur Lira

“Há elementos que indicam que, apesar da troca de comando na Câmara dos Deputados, a investigada manteria, ainda, importante papel nas já conhecidas tentativas de perpetuação do malfadado orçamento secreto”, diz a PF.

Fialek foi alvo de busca e apreensão deflagrada nesta sexta-feira, 12. Na apuração, a PF traçou detalhes de como ela operava o esquema.

A primeira função de Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, era manter um controle interno da distribuição de emendas do orçamento secreto. Apesar de não haver transparência desses recursos nos sistemas de consulta pública, a PF encontrou com Mariângela documentos com o controle dessa distribuição de recursos por parlamentar.

“As informações mantidas com MARIANGELA, ou TUCA, deixam claro que não só havia o controle de parlamentares e partidos que receberiam os recursos, como esse controle era rigidamente reportado internamente na Câmara. E os dados evidenciam que esse processo, ao menos em parte, era centralizado em TUCA – na esteira do que diversos elementos desta investigação demonstravam”, diz a investigação.

De acordo com a apuração policial, ela operava esse controle supostamente sob o comando de Arthur Lira, para fazer a distribuição dos recursos aos parlamentares.

Em seguida, aponta a PF, Mariângela alocava recursos para cada parlamentar e encaminhava ordens de distribuição desses recursos. A investigação da PF detectou a atuação dela determinando a distribuição dos recursos parlamentares à estatal Codevasf, onde ela tinha assento como conselheira fiscal, e também à Comissão de Integração Nacional da Câmara.

De acordo com os depoimentos de parlamentares ouvidos pela PF, Mariângela era a principal operadora do orçamento da Câmara dos Deputados. O deputado Fernando Marangoni (União-SP), por exemplo, afirmou que “ela trata é de todas as emendas dentro da casa. Não só das emendas de comissão, mas das emendas impositivas, das emendas extras etc, né? Ela que opera o orçamento ali”.

 

 

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