Não farei oposição, mas Flávio Bolsonaro não terá meu palanque, diz vice de Zema
O vice-governador de Minas Gerais e pré-candidato ao governo estadual, Mateus Simões (PSD), afirmou nesta segunda-feira, 15, que não fará oposição ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na campanha presidencial, mas já reservou seu palanque para o governador Romeu Zema (Novo). Em entrevista à Coluna do Estadão, Simões disse que o candidato do presidente Lula (PT) ao Palácio da Liberdade não chegará ao segundo turno da disputa.
“Flávio Bolsonaro não terá em mim um adversário jamais. Mas, obviamente, não vou fazer campanha para ele, vou fazer campanha para Zema”. O governador, a propósito, escolherá o vice de Simões na disputa estadual. Será um correligionário de Zema no Novo. Simões trocou a sigla pelo PSD para ter uma estrutura mais robusta de fundo partidário e eleitoral.
‘Não há chance de candidato de Lula ir ao segundo turno’
“Não há nenhuma chance de o candidato de Lula ir ao segundo turno em Minas. A esquerda teria de conseguir um nome com muita cara de centro e que tome um pedaço do meu eleitorado. Esse cenário não existe”, disse o vice de Zema. Segundo maior colégio eleitoral do País, Minas Gerais carrega a máxima de que o candidato a presidente que vence no Estado também é eleito ao Planalto.
Tamanha a dificuldade para montar um palanque em Minas, o presidente ainda insiste em tentar convencer o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) a ser seu candidato mineiro. Apesar de Pacheco ter recusado e avisado que deixará a política, o petista disse que ainda nutre esperanças de reverter o quadro.
“A esperança é a última que morre. Ele (Pacheco) relutou, mas pensa que eu desisti”, afirmou o petista durante um evento em Belo Horizonte na última quinta-feira, 11. Em resposta, o ex-presidente do Senado afirmou que ambos chegarão a um “bom termo” sobre o impasse.
Mateus Simões ironizou o episódio. “Lula falou do candidato que já disse que não é candidato. O governo de Minas não é prêmio de consolação para quem perde a indicação ao Supremo Tribunal Federal”, disse o vice-governador, em referência a Pacheco, que não conseguiu ser indicado pelo presidente à Corte.
‘Cleitinho não vai concorrer ao governo’
Na avaliação de Simões, o senador Cleitinho (Republicanos-MG), líder nas pesquisas, não vai oficializar a candidatura ao Palácio da Liberdade. Esse cenário favorece a definição da disputa em primeiro turno, segundo o vice-governador.
“A solução da eleição em primeiro turno passa por Cleitinho não ser candidato. O Cleitinho não vai se lançar para pegar um Estado endividado e com restrições. Não vai. Ele não é ingênuo”, avalia Mateus Simões.
‘Terei uma trajetória parecida com Ricardo Nunes em São Paulo’
A despeito de ser desconhecido por boa parte do eleitorado mineiro e ter baixo desempenho nas pesquisas, Simões cita o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), como exemplo. Nunes era vice do prefeito Bruno Covas, assumiu o mandato no meio da gestão e, depois, se elegeu duas vezes à Prefeitura.
“As minhas pesquisas e a minha convicção mostram que vou ter uma trajetória parecida com a do Ricardo Nunes em São Paulo”, diz Simões. Ele também mira na campanha vitoriosa de Antonio Anastasia em 2010, quando era vice de Aécio Neves.
“Anastasia tinha uma situação muito parecida com a minha, pontuava 4%, eu já estou pontuando 8%”. Na época, contudo, Aécio tinha aprovação de 75%, cenário diferente do enfrentado por Zema atualmente. Por isso, Simões aposta na unificação da centro-direita mineira.
“Nossa coligação, com PSD, União Brasil e PP, tem mais de 600 prefeitos do Estado fechados comigo, o que é mais da metade. Dos 77 deputados, 52 estão conosco. Essa é a força política”.

