18 de dezembro de 2025
Politica

Com Lula exposto, Silveira é forçado a aceitar saída da Enel de São Paulo

Foram quase três horas de reunião no Palácio dos Bandeirantes. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, agradeceu a presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira e disparou: “Não tem mais a mínima condição da Enel continuar em São Paulo”.

Na semana passada, cerca 2,2 milhões de pessoas ficaram sem luz na capital paulista por cinco dias por causa de uma ventania. É o terceiro evento desse tipo.

Paulistanos enfrentam dias sem energia elétrica na cidade
Paulistanos enfrentam dias sem energia elétrica na cidade

Em novembro de 2023, uma tempestade deixou 2,1 milhões às escuras. Em outubro de 2024, entre o primeiro e o segundo turno das eleições municipais, foram 2,4 milhões.

Ricardo Nunes, prefeito da maior cidade do País, fez um relato dos prejuízos. Ele contou a história da dona Marisa, liderança do Parque Santo Antônio, que perdeu 5 mil picolés que seriam doados. Somando os três eventos dos últimos anos, cerca de R$ 5 milhões de prejuízos.

Segundo o prefeito, uma pesquisa Datafolha de 2024 apontou que 7 em cada 10 paulistanos não quer mais a concessionária na cidade.

“Se fizer essa pesquisa hoje, ministro, vai dar 11 em cada 10”, disse Nunes.

Silveira falou então um pouco da sua história como deputado e ministro. Contou que havia convidado o presidente da Aneel Sandoval Feitosa Neto, mas que ele recusou o convite e enviou um diretor.

E repetiu várias vezes o quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava sensibilizado com a situação.

Na sexta-feira anterior, Lula esteve na inauguração do SBT News, o canal de notícias do SBT. No evento, foi cobrado por Tarcísio e Nunes sobre a Enel. Gravado pela equipe do prefeito, o vídeo circulou na imprensa.

Intervenção ou grupo de trabalho?

Tarcísio e Nunes mostraram dados sobre o desempenho da Enel e pediram a Silveira a intervenção na empresa. O ministro disse que já havia proposto a intervenção, mas que a Aneel resistia. Em entrevistas recentes, Silveira não propôs a intervenção, mas a renovação do contrato.

Silveira, então, sugeriu a criação de um grupo de trabalho. Foi quando Tarcísio subiu o tom: “Se for para fazer grupo de trabalho, é para não resolver nada”, afirmou.

Os três, então, preferiram o consenso. Optaram por iniciar o processo de caducidade, que é a rescisão contratual por meio da Aneel, garantindo à empresa o direito de defesa.

Saíram da sala e na frente de jornalistas de todo o País, Silveira se comprometeu, pela primeira vez, a tentar romper o contrato da Enel em São Paulo.

Mas esses processos demoram e são sujeitos a revesses. Responsável pelo tema, a Aneel ainda não se pronunciou.

 

 

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