Correios terão de pagar indenização por danos morais a carteiro assaltado
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu que os Correios devem pagar indenização por danos morais a um carteiro assaltado durante o serviço. A Corte rejeitou um recurso da estatal, que alegou não ter culpa da “astúcia” de assaltantes. Procurada, a empresa disse que vai recorrer da decisão.
A decisão unânime da 8ª Turma foi assinada no último dia 22. Segundo o relator, ministro Evandro Valadão, o plenário da Corte tem um entendimento consolidado de que cabe à empresa reparar o carteiro roubado no trabalho. Em abril passado, o pleno definiu que o trabalho de entrega de correspondências e mercadorias “envolve risco diferenciado em relação aos trabalhadores em geral”.
No processo, os Correios alegaram não ser culpados da “astúcia delituosa de assaltantes”, e que o assalto a carteiros era um “fato alheio” à gestão.
A empresa ainda disse ao TST que não era obrigada a “superproteger os ambientes de trabalho, com a criação, às próprias expensas, de redomas internas de total segurança contra o mal social da atuação criminosa, que se atreve até mesmo contra as autoridades e órgãos policiais”.

Correios ainda precisam captar R$ 8 bilhões para fechar contas
Nessa segunda-feira, 29, o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, disse que o plano de reestruturação da companhia prevê captar R$ 20 bilhões e que ainda há necessidade de um aporte de R$ 8 bilhões para fechar a conta. Segundo ele, ainda será definido se essa captação terá participação do Tesouro Nacional.
A estatal assinou, na última sexta-feira, 26, um empréstimo de R$ 12 bilhões com Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
O financiamento terá prazo de pagamento de 15 anos, com taxa de juros próxima à Selic. A operação recebeu aval do Tesouro Nacional há pouco mais de uma semana, após uma tentativa frustrada de aprovação no início de dezembro.
Com prejuízo acumulado superior a R$ 6 bilhões entre janeiro e setembro de 2025 e déficits recorrentes desde 2022, os Correios buscam reequilibrar suas contas.
Outra aposta da empresa para reduzir o rombo é um Programa de Demissão Voluntária (PDV), que será aberto em janeiro de 2026. A estatal projeta uma adesão de até 15 mil empregados e uma economia anual de R$ 2,1 bilhões.
