30 de dezembro de 2025
Politica

Local de tortura na ditadura militar, antigo prédio do Dops é tombado no Rio

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, homologou o tombamento do antigo prédio do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), no Rio de Janeiro. A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira, 30.

No ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito para apurar denúncias de ex-presos políticos e de familiares de desaparecidos durante a ditadura militar (1964-1985) sobre o abandono do edifício, localizado no centro do Rio de Janeiro. O grupo de ativistas defendia que o imóvel fosse transformado em um espaço de preservação da memória política.

O antigo prédio do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) no Rio de Janeiro.
O antigo prédio do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) no Rio de Janeiro.

O edifício da antiga Repartição Central de Polícia teve o tombamento aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no mês passado.

“Este ato homenageia aqueles que foram torturados, perseguidos, mortos ou desapareceram por lutarem pela liberdade. Ao torná-lo patrimônio, contribuímos para que as gerações presentes e futuras não repitam os erros desse período”, afirmou, à ocasião, o presidente do Iphan, Leandro Grass.

Desde 1987 tombado como patrimônio cultural pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), em razão de suas características arquitetônicas, o edifício preserva as carceragens masculina e feminina, documentos e armários, além de uma sala com revestimento acústico utilizada para sessões de tortura.

Visitas técnicas realizadas por autoridades públicas e defensores de direitos humanos revelaram danos estruturais agravados pelo tempo, comprometendo o patrimônio histórico e cultural do prédio.

Inaugurado em novembro de 1910, o imóvel foi projetado pelo arquiteto Heitor de Mello e construído em um contexto de grandes transformações urbanas promovidas pelo então prefeito Pereira Passos.

O local abrigou o Dops, criado durante o Estado Novo (1937-1945) e mantido ao longo da ditadura militar, um dos principais órgãos de repressão do período, extinto em 1983.

 

 

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