1 de julho de 2025
Politica

Carlos e Eduardo Bolsonaro serão interrogados por Moraes; veja o que já disseram sobre o ministro

RIO – O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) serão ouvidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como testemunhas de acusação e de defesa dos denunciados do “Núcleo 2″ na ação penal que apura tentativa de golpe de Estado. Críticos de Moraes, os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acumulam uma série de declarações e ataques contra o ministro do Supremo. Eles serão ouvidos por videoconferência entre 14 e 21 de julho.

Desde o início das investigações que atingem o clã Bolsonaro no STF, Carlos Bolsonaro passou a usar as redes sociais para questionar as decisões judiciais e apostou no confronto com Moraes. Em uma das postagens, de dezembro de 2024, Carlos questionou a imparcialidade do ministro: “Alexandre de Moraes e a Polícia Federal são tão imparciais quanto Racha Cuca e Tripa Seca”, escreveu ao compartilhar uma notícia sobre a estreia de um filme que retratava a morte de um sósia do ex-presidente Bolsonaro.

Eduardo e Carlos Bolsonaro, filhos do presidente Jair Bolsonaro
Eduardo e Carlos Bolsonaro, filhos do presidente Jair Bolsonaro

Em 2020, o vereador do Rio de Janeiro classificou o inquérito que apura fake news contra a Corte como “inconstitucional” e “abusivo”. E chamou o inquérito que apura a suposta tentativa de golpe de Estado, relatado por Moraes, de farsa.

Já Eduardo Bolsonaro tem sido mais enfático nos ataques contra o ministro. Investigado por determinação do STF pelos possíveis crimes de coação no curso do processo penal, obstrução de investigação contra organização criminosa e abolição do Estado Democrático de Direito, o deputado federal licenciado disse que Moraes se comporta como “um tirano” e afirma que o ministro “sabe que vai sair derrotado porque não tem a verdade ao lado dele”.

“O Brasil deveria ter tido a decência de conseguir parar o Alexandre de Moraes. Não aconteceu. Por isso, tivemos que recorrer aqui às autoridades americanas. Vamos dar assim o primeiro passo para resgatar a democracia brasileira. O STF hoje derruba aquilo que foi aprovado pelo Congresso. Não é uma democracia saudável”, afirmou Eduardo Bolsonaro em entrevista à revista Veja publicada no dia 30 de maio.

Dias antes, no dia 27, Eduardo Bolsonaro afirmou que a abertura do inquérito para investigar a legalidade de sua atuação nos Estados Unidos vai desgastar a relação entre autoridades brasileiras e o governo norte-americano.

(Alexandre de) Moraes e sua trupe de aloprados vão criar um grave incidente diplomático com os EUA”, disse o deputado em seu perfil no X (Twitter). Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos em busca de apoio político de autoridades locais enquanto seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é acusado no Brasil de liderar uma tentativa de golpe de Estado.

O embate de Eduardo e Moraes remontam à campanha presidencial em 2018, quando o deputado, em uma palestra para alunos de um curso preparatório para o concurso da Polícia Federal (PF), afirmou que “você não manda nem um Jipe”, se o objetivo for fechar a Corte.

O contexto era uma possibilidade de a candidatura de Bolsonaro, na época presidenciável, ser barrada pelo STF, o que Eduardo afirmou que seria um caso de exceção. “Aí eles vão ter que pagar para ver. Será eles que vão ter essa força mesmo? O pessoal até brinca lá: se quiser fechar o STF sabe o que você faz? Você não manda nem um Jipe, manda um soldado e um cabo. Não é querendo desmerecer o soldado e o cabo. O que é o STF cara? Tira o poder da caneta de um ministro do STF, o que ele é na rua?”, disse o filho do ex-presidente, na época.

Em maio deste ano, Moraes ironizou a fala antiga do deputado federal de que seria necessário apenas “um cabo e um soldado” para fechar o STF. Sem citar o nome do deputado, Moraes afirmou que “o cabo, o soldado, o coronel estão todos presos”, enquanto o Supremo segue aberto.

“Todos se recordam que bastava um cabo e um soldado para fechar o STF. O cabo, o soldado, o coronel estão todos presos, e o STF aberto e funcionando. Mas se disse que bastaria um cabo e um soldado”, afirmou Moraes. Em seguida, o ministro disse que foram milhares de pessoas que tentaram, atacando as sedes dos Três Poderes, garantir o que chamou de “novo populismo”.

Em agosto do ano passado, Eduardo Bolsonaro usou a tribuna da Câmara dos Deputados, no dia 14, para criticar a atuação de Moraes.

“Quando teve aqui a Vaza Jato, ficou dito que era um conluio de Sergio Moro com procuradores para condenar Lula. Agora Alexandre de Moraes não precisa sequer fazer conluio porque ele é o dono de um destacamento da Polícia Federal”, disse Bolsonaro.

O deputado discursava contra Fábio Shor, um dos quatro delegados da PF que subscreveram o relatório de 221 páginas que indicou o suposto envolvimento do ex-presidente Bolsonaro com a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, das quais o ministro Alexandre de Moraes é relator. O delegado conduz ainda o inquérito das milícias digitais.

 

 

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