17 de agosto de 2025
Politica

Furto de celulares aumenta 4,9% no País, diz ministério

O furto de celulares aumentou 4,9% no País em um ano, aponta um sistema do Ministério da Justiça, abastecido com dados dos estados. A pasta registrou 76.520 furtos de aparelhos entre dezembro de 2024 e abril de 2025. Na prática, o montante é ainda maior, porque não recebeu estatísticas de oito estados, incluindo São Paulo e Minas Gerais.

Procurado pela Coluna do Estadão, o Ministério da Justiça não respondeu.

Diferentemente do roubo, no furto a vítima perde o item sem violência ou grave ameaça. O sistema da Secretaria Nacional de Segurança Pública comparou dois períodos, de cinco meses cada.

De dezembro de 2023 a abril de 2024, houve 72.914 furtos de celular. De dezembro de 2024 a abril passado, foram 76.250, o que corresponde a uma alta de 4,9%.

Entre os estados que enviaram dados ao sistema federal, os cinco com mais furtos entre dezembro de 2024 e abril de 2025 foram:

  1. Rio de Janeiro: 27,3 mil;
  2. Bahia: 11,6 mil;
  3. Maranhão: 6,8 mil;
  4. Amazonas: 6,6 mil;
  5. Ceará: 4 mil.

Esses números não incluem oito estados. Além de São Paulo, o mais populoso, não enviaram dados a esse sistema: Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Outra ressalva do ministério foi que Distrito Federal, Pernambuco e Paraná enviaram números incompletos. Em suma, o dado real de furto de celulares no País é muito superior aos 76.250 registrados oficialmente.

Celulares furtados e roubados, apreendidos pela Polícia Civil em São Paulo
Celulares furtados e roubados, apreendidos pela Polícia Civil em São Paulo

Governo tenta endurecer pena para crime

Na última semana, o governo Lula apresentou ao Congresso um projeto de lei que endurece a pena para furto de celulares e para receptação, ou seja, a compra e a venda dos aparelhos roubados ou furtados.

O texto classifica como furto qualificado — com punição mais severa, de até oito anos de prisão — quando o crime é praticado em benefício de um mandante ou de uma atividade empresarial legal ou ilegal. A pena também aumenta se o furto é cometido por mais de uma pessoa, e se o furto for de celulares ou outros aparelhos que armazenam dados pessoais.

A proposta é uma tentativa do Palácio do Planalto de aumentar a aprovação em segurança pública, que deve ser um dos principais temas da eleição presidencial de 2026 e que hoje contribui para a queda da popularidade do presidente Lula.

Em outra seara da segurança, o Ministério da Justiça tem atrasado uma iniciativa para prevenir crimes sexuais. Como mostrou a Coluna do Estadão, a pasta está há sete meses sem criar o Cadastro Nacional de Pedófilos e Predadores Sexuais, consulta pública prevista em lei para prevenir crimes sexuais. A legislação foi sancionada em novembro por Lula.

 

 

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