5 de julho de 2025
Politica

Marina vai à Câmara e diz que foi ‘terrivelmente agredida’ por deputado da oposição

BRASÍLIA – A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 2, que se sentiu “terrivelmente agredida” pelo deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES), que voltou a dizer que ela era “adestrada” e que usa a mesma estratégica de retórica das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e dos grupos terroristas palestino Hamas e libanês Hezbollah.

“Depois do que aconteceu ali (no Senado Federal), as pessoas iam achar muito normal fazer o que está acontecendo aqui num nível piorado”, afirmou Marina. “Fui terrivelmente agredida.”

Marina Silva disse que pediu a Deus
Marina Silva disse que pediu a Deus “muita calma” para a sessão da Câmara nesta quarta-feira, 2, depois do que aconteceu no Senado.

No Senado, em maio, Marina abandonou audiência pública após uma série de discussões com parlamentares da oposição. Na Câmara, desta vez, a ministra veio sob condição de convocação (o que a obriga a comparecer) para prestar esclarecimentos sobre o apoio ao acampamento Terra Livre, sobre o aumento das queimadas e do desmatamento na Amazônia; e sobre o impacto ambiental da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém.

Durante a audiência a ministra defendeu a participação no Acampamento Terra Livre, em abril, e que saiu no meio da marcha dos indígenas, e disse que a construção de uma rodovia em função da COP-30 é de responsabilidade do Estado do Pará e não do governo federal.

Novamente, parlamentares da oposição trocaram ofensas. O presidente do colegiado, Rodolfo Nogueira (PL-MS), disse que a ministra age “como se fosse a paladina da sustentabilidade” – governistas disseram que deputados da oposição agiram com desrespeito.

Evair Vieira de Melo criticou a condução da política ambiental por parte de Marina Silva, dizendo, entre outras coisas, que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) age como uma indústria da multa e criticou os números de desmatamento.

A ministra disse estar “em paz” depois de fazer uma oração a Deus antes da sessão pedindo calma. “Estou muito tranquila com a minha consciência. Em termo de defesa do meio ambiente, que deus julgue entre eu e vossa excelência e dê seu veredito”, afirmou Marina.

Em outubro 2024, como presidente da Comissão da Agricultura, o mesmo Evair disse que a ministra foi “adestrada” para comparecer à reunião do colegiado. “Quem é que é adestrado? Tenha santa paciência. O senhor não vai me dizer que sou uma pessoa adestrada”, respondeu a ministra naquele momento.

 

 

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