Deputado que chamou Marina de ‘adestrada’ tentou beneficiar Eduardo e Zambelli no exterior
O deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), que nesta quarta-feira, 2, chamou de “adestrada” a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, já tentou beneficiar os deputados bolsonaristas Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli, que deixaram o País alegando perseguição. No mês passado, Evair propôs que a Câmara permita que um parlamentar licenciado reassuma o mandato fora do País.
Mais cedo, o parlamentar afirmou na Câmara que a ministra era “adestrada”. Ele já havia dito isso em março. Também acusou Marina Silva de usar a mesma retórica das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e dos grupos terroristas palestino Hamas e libanês Hezbollah. A ministra disse que se sentiu “terrivelmente agredida”. Procurado, o deputado não respondeu.
“Usei a expressão adestramento numa sessão passada, e não foi uma ofensa pessoal, porque repetições que busca resultado é adestramento”, disse Evair. “Esse modus operandi da ministra não é algo isolado. A estratégia dela é a mesma que as Farcs colombianas usam, que o Hamas, Hezbollah usam”.

No mês passado, Evair propôs à Câmara mudar seu regimento interno para permitir que deputados assumam o mandato mesmo no exterior. A medida, se concretizada, beneficiaria os deputados licenciados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP), que deixaram os mandatos alegando perseguição. Zambelli está foragida do STF e informou que estava na Itália.
Eduardo Bolsonaro, que mora nos EUA, é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos supostos crimes de coação, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado democrático de Direito. Para o Ministério Público Federal, o parlamentar tem atuado nos Estados Unidos para sancionar integrantes do STF, notadamente o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal do golpe, na qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu.
Senador já disse que sentiu vontade de ‘enforcar’ ministra
Em março, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou que sentia vontade de “enforcar” a ministra do Meio Ambiente. Em maio, Marina Silva abandonou uma sessão no Senado após um bate-boca com parlamentares.
Valério afirmou: “A mulher merece respeito, a ministra, não”, e se recusou a se desculpar. O senador Marcos Rogério (PL-RO) disse à ministra: “Se ponha no seu lugar”.