PT adia eleição em MG e pode impactar disputa à presidência do partido
O PT informou neste domingo, 6, que adiou a eleição da presidência da legenda em Minas Gerais, após a Justiça ordenar a inclusão da deputada federal Dandara Tonantzin na disputa. A medida tem o potencial de impactar a eleição geral ao comando da sigla, uma vez que Minas Gerais tem grande número de filiados ao partido, que governou o estado de 2015 a 2019. A sigla analisará o caso na próxima terça-feira, 8, em uma reunião extraordinária do diretório nacional.
Em comunicado, o PT apontou “impossibilidade logística” de colocar o nome de Dandara nas cédulas eleitorais enviadas a cerca de 700 municípios mineiros. O partido não conseguiu um acordo com a Justiça Eleitoral para usar urnas eletrônicas neste ano e manteve o voto impresso.
“O adiamento cumpre a decisão judicial de garantir igualdade de condições aos candidatos, sem prejuízo da defesa do diretório nacional no processo em referência que demonstrará a plena regularidade de todas decisões tomadas pelas instâncias internas do partido”, afirmou o Partido dos Trabalhadores, ressaltando que a decisão da Justiça do Distrito Federal, favorável a Dandara, é sigilosa.

Dandara Tonantzin é apoiada pelo deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), que foi líder do PT na Câmara e figura-chave dentro do partido na vitória de Lula em Minas Gerais na disputa presidencial de 2022. Lopes chegou a comparar a exclusão de Dandara da eleição interna à ausência de Lula no pleito de 2018 e aliados citaram um “golpe” na sigla.
Como mostrou o Estadão, o argumento do PT para a anulação da candidatura de Dandara à chefia da sigla no estado foi o pagamento fora do prazo de uma dívida partidária de cerca de R$ 130 mil. O regulamento da eleição exigia que pendências financeiras fossem quitadas até 29 de maio.
A parlamentar alegou que tentou fazer o pagamento dentro do prazo, mas a operação foi estornada pelo banco, o que a obrigou a refazer a transação dias depois.