9 de julho de 2025
Politica

Partidos acionaram o STF 21 vezes no primeiro semestre de 2025

Somente no primeiro semestre de 2025, os partidos políticos brasileiros acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) 21 vezes por meio de ações constitucionais. De acordo com pesquisa conduzida pela Nexus, as siglas buscam a Corte, principalmente, para reverter decisões do Congresso e contestar o julgamento do Ataque aos Três Poderes, de 8 de janeiro.

Uma pesquisa similar, mas com outra metodologia, apontou que desde 1988, as legendas partidárias apresentaram 1.753 ações no STF. O levantamento foi conduzido pelo Partido Novo e determinou que as siglas ficam atrás apenas de corporações sindicais, que recorreram ao Supremo 2.583 vezes, e a Procuradoria-Geral da República (PGR), que ingressou com 1.756 ações no mesmo período.

Corte se tornou instrumento em que partidos tentam reverter decisões do Congresso.
Corte se tornou instrumento em que partidos tentam reverter decisões do Congresso.

PL tenta mudar curso dos julgamentos de 8 de janeiro

A pesquisa da Nexus aponta que neste ano partidos ingressaram com quatro ações sobre o julgamento de 8 de janeiro. O PL (Partido Liberal), legenda que abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no caso, é autor de duas delas.

O PL, por meio da ADPF 1229, questiona a necessidade da defesa apresentar testemunhas se não houver intimação formal. O partido também pede para que não sejam ouvidas testemunhas que discorrem sobre a conduta e reputação do réu.

A ADI 7812, também criada pela sigla, alega que Bolsonaro deveria ser julgado pelo plenário ao invés do STF, sob o argumento de que os supostos crimes do ex-presidente foram praticados enquanto ele estava no cargo e possuía forro privilegiado.

As outras duas ações no STF que questionam os julgamentos de 8 de janeiro foram movidas pelo Psol e PDT, ambas tratam do mesmo tema: a suspensão que a Câmara impôs sobre a ação penal que atingia Alexandre Ramagem (PL-RJ). O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria colaborado com o emparelhamento da agência e permite espionagem ilegal de brasileiros.

Legendas tentam reverter decisões

Em 27 de junho, o PSOL ingressou com ação no Supremo para tentar reverter a queda do IOF que o Congresso impôs ao governo. O partido, que tem apenas 13 dos 513 deputados federais, tenta usar a Corte para contornar a Câmara e é a sigla com mais ações no Supremo, seis no total.

A estratégia de usar o STF para reverter decisões de outros Poderes é recorrente. O PL também ajuizou ação no Tribunal em 4 de junho, questionando o aumento do IOF após o presidente Lula assinar decreto que impunha a mudança.

De acordo com a pesquisa realizada pela Nexus, as questões tributárias foram as mais levadas pelos partidos para o Supremo neste ano. Das 21 entradas feitas por legenda no Tribunal, quatro tratam sobre o tema.

 

 

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