16 de julho de 2025
Politica

O que Tarcísio, Zema e Caiado disseram sobre o tarifaço anunciado por Trump; veja

Pré-candidatos à Presidência em 2026, governadores criticaram a posição do governo federal diante do anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Nesta quarta-feira, 9, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a resposta do País será com a lei de reciprocidade econômica, aprovada pelo Congresso neste ano.

“Qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da lei brasileira de reciprocidade econômica”, disse Lula.

O presidente também mandou “devolver” a carta por meio da qual Trump anunciou a taxação por considerá-la “ofensiva”, com “afirmações inverídicas” sobre o País e “erros factuais” a respeito da relação comercial entre os dois países. A carta foi divulgada informalmente por Trump na rede social Truth Social.

A decisão do presidente dos EUA foi justificada principalmente como resposta ao tratamento dado pela Justiça ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra empresas norte-americanas de tecnologia.

Os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União), de Goiás, se manifestaram culpando o presidente Lula pela taxação anunciada por Trump. Os três são aliados do ex-presidente e cotados na corrida ao Planalto.

Romeu Zema, Ratinho Júnior, Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado em evento na Paulista; dos quatro, somente o governador do Paraná não se manifestou sobre o tarifaço de Trump
Romeu Zema, Ratinho Júnior, Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado em evento na Paulista; dos quatro, somente o governador do Paraná não se manifestou sobre o tarifaço de Trump

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou nesta quinta-feira, 10, que o Brasil precisa “deixar de lado as questões ideológicas, o revanchismo e as narrativas” para negociar com os Estados Unidos e evitar os impactos do tarifaço de 50% anunciado pelo presidente Donald Trump.

“Temos que estabelecer o bom-senso, sentar à mesa e negociar. É hora de ter visão de Estado e afastar a questão política”, disse o governador durante evento de entrega do primeiro trem da Linha 6-Laranja do Metrô, em Guarulhos (SP).

Segundo ele, a diplomacia brasileira deve prezar pelo diálogo e estabelecer uma “mesa de negociação” até agosto, quando o prazo para reverter a medida norte-americana se encerra. “Os EUA sempre foram aliados históricos e são o maior investidor estrangeiro direto no Brasil. Temos muito a perder. Há produtos brasileiros fundamentais para empresas americanas que não têm substituto”, disse.

Tarcísio avaliou que o impacto da taxação sobre produtos brasileiros será “negativo” para a economia paulista. “São Paulo é um grande exportador de produtos industriais e tem nos Estados Unidos seu principal destino. Isso afeta diretamente empresas como a Embraer, por exemplo”, afirmou.

No dia anterior, Tarcísio afirmou que “Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado”. “Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação”, escreveu Tarcísio no X (antigo Twitter) nesta quarta, 9.

“Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa. Narrativas não resolverão o problema”, completou.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, adotou o discurso bolsonarista de perseguição política para criticar o presidente. O governador disse que os brasileiros vão pagar a conta de Lula, da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e do STF, e chamou as respostas governistas de “provocações baratas”.

“Ignorar a boa diplomacia, promover perseguições, censura e ainda fazer provocações baratas vai custar caro para Minas e para o Brasil”, disse o mineiro na manhã desta quinta-feira, em seu perfil no X.

O governador goiano, Ronaldo Caiado, também cotado como candidato da direita à Presidência em 2026, comparou o presidente Lula ao venezuelano Hugo Chávez.

“Aqui, o Lula, de caso pensado, declara uma guerra contra o Congresso Nacional, tenta deflagrar uma luta de classes entre ricos e pobres (depois de ter assaltado os aposentados) e sai em ataque ao presidente dos Estados Unidos, país que sempre foi nosso aliado”, disse Caiado no X na noite desta quarta-feira.

O goiano não apoiou de forma direta a decisão de Donald Trump, mas criticou a postura do governo brasileiro, afirmando que Lula “não representa o sentimento patriótico do nosso povo, e muito menos tem credenciais para defender a soberania brasileira“.

Também possível candidato à Presidência, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), classificou as tarifas de Trump como uma “tentativa de interferência” e afirmou que a polarização política provoca impactos negativos para o País.

“Quem define e corrige as nossas instituições somos nós, os brasileiros, e não interferências de fora do País, isso não pode ser aceito de maneira nenhuma. E ressalto que essa polarização política radicalizada está mais uma vez demonstrando o quanto ela fere os interesses do País”, disse o governador gaúcho em entrevista ao portal G1.

Leite destacou ainda que o Rio Grande do Sul tem “negócios importantes” com os Estados Unidos. O país norte-americano é o segundo principal destino das exportações do RS, que inclui, por exemplo, tabaco, armas de fogo e madeira.

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