Múcio diz que ‘desconhece fatos’ e pede para não depor como testemunha de kid preto espião de Moraes
Por meio da Advocacia-Geral da União, o ministro da Defesa do governo Lula, José Múcio Monteiro, pediu para ser retirado do leque de testemunhas de defesa na ação do golpe. O ministro havia sido arrolado pelo tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, apontado pelo procurador-geral da República como o “kid-preto” – força especial do Exército – responsável pelo monitoramento do ministro Alexandre de Moraes.
José Múcio alegou que “desconhece os fatos objetos da presente ação penal”.

O ministro da Defesa foi arrolado para participar de audiência marcada para 22 de julho, às 9 horas. “O requerente informa que desconhece os fatos objeto de apreciação na presente ação penal, motivo pelo qual requer o indeferimento da sua oitiva na qualidade de testemunha”, destacou a petição assinada pela Advocacia-Geral da União.
O tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, que incluiu o ministro como sua testemunha, é acusado de participar do grupo “Copa 2022”, que, em troca de mensagens, formulou o “Punhal Verde e Amarelo”, plano que previa o assassinato do então presidente eleito Lula e do vice, Geraldo Alckmin.
Segundo a denúncia da PGR, o grupo deu “início à fase mais violenta de seu projeto de poder”, com anuência do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
A PGR separou em núcleos os 33 réus. No núcleo 3, a Procuradoria-Geral da República denunciou nove militares e um policial federal, acusados de planejar a execução de atos para o golpe.
Segundo as investigações, esse grupo foi responsável por formular o plano “Punhal Verde e Amarelo”.
Os dez réus do núcleo 3:
- Três coronéis do Exército: Bernardo Romão Corrêa Netto, Fabrício Moreira de Bastos e Márcio Nunes de Resende Júnior;
- Cinco tenentes-coronéis: Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo, Ronald Ferreira de Araújo Júnior e Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros;
- Um general da reserva: Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira;
- Um agente da Polícia Federal: Wladimir Matos Soares.