8 de setembro de 2025
Politica

Janones não recorre contra suspensão do mandato na Câmara por três meses

O deputado federal André Janones (Avante-MG) decidiu não apresentar recurso contra a decisão do Conselho de Ética da Câmara de suspender seu mandato por três meses por proferir “xingamentos ultrajantes” contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). A suspensão foi aprovada nesta terça-feira, 15, com 15 votos favoráveis e três contrários.

Janones teria até as 18h desta quarta-feira, 16, para apresentar o recurso, que seria votado no plenário da Câmara. Pela regra, o deputado precisaria da maioria absoluta de votos favoráveis para aprovar o recurso, o que, segundo os parlamentares, era considerado improvável.

Após a reunião do Conselho de Ética, Janones afirmou nas redes sociais que utilizaria “de todos os meios de defesa disponíveis” para questionar a decisão. No entanto, como não houve a apresentação de recurso dentro do prazo, o mandato permanece suspenso.

A representação, movida pela Mesa Diretora da Casa, propunha suspensão de Janones por seis meses por “suposta quebra de decoro parlamentar”. O deputado federal Fausto Santos Júnior (União-AM), relator da ação, no entanto, considerou que o prazo de 90 dias “é proporcional à gravidade da conduta e permite resposta institucional firme e exemplar”.

Para o relator, a situação se agravou pelo fato de André Janones ter utilizado “expressões de cunho homofóbico” contra Nikolas Ferreira, “com o intuito de insultar ou diminuir um adversário político”.

O Estadão procurou Janones para se pronunciar sobre o caso, mas não obteve retorno.

Janones teve seu mandato suspenso após uma denúncia do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante. Segundo a representação, durante a sessão da última quarta-feira, 9, Janones teria proferido “xingamentos ultrajantes, com expressões de baixo calão, desonrosas e depreciativas” contra Nikolas, que discursava na tribuna.

Durante o discurso, Nikolas se envolveu em uma discussão com Janones, que acabou sendo empurrado, enquanto se ouviam gritos de “rachadinha” dos deputados do PL, em alusão à suposta prática no gabinete do deputado.

A Mesa Diretora, ao aceitar a denúncia do PL, argumentou que a postura de Janones é incompatível com a dignidade do mandato e do próprio Parlamento, excedendo o direito à liberdade de expressão.

O deputado do Avante, por sua vez, argumentou que foi agredido fisicamente pelos parlamentares da oposição durante a sessão. “Estou formalizando uma queixa-crime e também realizarei exame de corpo de delito”, informou o deputado após o episódio.

 

 

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