20 de julho de 2025
Politica

STF forma maioria e mantém Bolsonaro com tornozeleira por risco de ‘fuga’

Com os votos dos ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) forma maioria para manter medidas restritivas impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na manhã desta sexta-feira, 18, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, decretou que o ex-presidente passe a usar tornozeleira eletrônica.

Bolsonaro também deverá se submeter a recolhimento domiciliar das 19h às 7h, em dias úteis, e durante todo o final de semana, está proibido de acessar redes sociais e não poderá se comunicar com diplomatas ou embaixadores estrangeiros.

A decisão do relator foi submetida ao plenário virtual da Primeira Turma. Votaram até o momento os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin.

Faltam votar a ministra Cármen Lúcia e o ministro Luiz Fux.

Primeira Turma do STF  julga no plenário virtual a manutenção das medidas restritivas impostas a Jair Bolsonaro (PL)
Primeira Turma do STF julga no plenário virtual a manutenção das medidas restritivas impostas a Jair Bolsonaro (PL)

Voto do ministro Flávio Dino

O ministro Flávio Dino seguiu o relator, ministro Alexandre de Moraes por considerar que há a possibilidade de que o ex-presidente Jair Bolsonaro fuja do País.

Segundo Dino, “evidencia na possibilidade concreta de fuga em face do estreito relacionamento com o governo estrangeiro, bem como do perigo de continuidade delitiva, consistente na articulação dolosa e consciente de novos atos e manifestações que visam coagir as funções constitucionais deste STF, interferindo ilegalmente em julgamento em curso, com dano irreparável à soberania nacional e à democracia brasileira”.

Flávio Dino, ministro do STF, acompanhou o relator
Flávio Dino, ministro do STF, acompanhou o relator

Logo no início do voto, Dino destaca que “é intolerável qualquer ato que configure ingerência estrangeira nos assuntos internos do Estado brasileiro, alcançando tentativas de deslegitimação das instituições públicas e coações contra o regular exercício dos Poderes constituídos, especialmente o Poder Judiciário”.

Segundo ele, o governo Estados Unidos protagoniza uma “coação inédita” ao Brasil, “ameaçando empresas e empregos, visando exigir que o Supremo Tribunal Federal pague o resgate, arquivando um processo judicial instaurado a pedido da Procuradoria-Geral da República, sob a regência exclusiva das leis brasileiras”.

Ao mencionar a carta de Trump ao presidente Lula, o ministro ressalta que imposição de tarifas aos Brasil é uma “intolerável estratégia de retaliação política, que afronta a soberania nacional ao constranger as instituições públicas brasileiras”.

Ele afirma que é necessário manter as medidas restritivas a Jair Bolsonaro, ao considerar que as manifestações públicas do ex-presidente “colocam em xeque a legitimidade deste Supremo Tribunal quanto à condução de processos regularmente instaurados e submetidos a sua competência pela Constituição e pelas leis processuais penais”.

 

 

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