27 de julho de 2025
Politica

Advogado questiona colega sobre uso do termo golpistas e é repreendido por juiz: ‘Agora chega’

O advogado Jeffrey Chiquini, que representa o réu Filipe Martins, ex-assessor de assuntos internacionais da Presidência, na ação penal contra o núcleo 2 da tentativa de golpe de Estado, interrompeu a sessão de depoimentos do Supremo Tribunal Federal (STF) para repreender o advogado de um corréu.

O delegado Fernando Oliveira, ex-diretor do Ministério da Justiça e ex-secretário-executivo de Segurança Pública do Distrito Federal, respondia aos questionamentos de sua defesa, representada na audiência pelo advogado Guilherme de Matos Fontes. O defensor questionou se seu cliente tinha “simpatia” pela pauta dos golpistas.

“O senhor teve naquele momento algum envolvimento com atos golpistas, direta ou indiretamente? Alguma simpatia com a pauta defendida pelos golpistas?”, perguntou Fontes a Fernando Oliveira.

Jeffrey Chiquini fez questionamento em sessão sem ter questão de ordem deferida e é repreendido por juiz auxiliar de Moraes
Jeffrey Chiquini fez questionamento em sessão sem ter questão de ordem deferida e é repreendido por juiz auxiliar de Moraes

Fernando Oliveira respondeu à pergunta, ao que se seguiu uma questão de ordem do advogado Jeffrey Chiquini. Embora tenha solicitado a palavra, o advogado não esperou ter o tempo concedido pelo juiz auxiliar Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, que atua no gabinete do ministro Alexandre de Moraes.

“Essa forma genérica, como dito pelo doutor: ‘Teve contato com golpistas’. O senhor está fazendo referência a quem?“, disse Chiquini. “Não quero que meu cliente seja chamado de golpista pelo advogado do corréu.”

Chiquini foi interpelado pelo juiz. “Agora não é o momento (…) O senhor não está com a palavra. Pronto. Agora chega”, afirmou Rafael Rocha, que repreendeu a conduta do advogado. “Faço questão de salientar: a presidência da audiência é do juiz instrutor, o juiz auxiliar que está aqui. Não é de advogado de nenhuma parte”, afirmou o assessor de Alexandre de Moraes.

Guilherme Matos esclareceu que se referia aos manifestantes que vandalizam as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. “Talvez o senhor não tenha compreendido a extensão da pergunta. (…) Estávamos falando dos atos no campo”, disse Matos. “Foi nesse sentido que eu também havia entendido”, disse o juiz Rafael Rocha. “Não houve qualquer imputação, em especial ao seu representado”, completou Guilherme Matos.

No início da sessão, Jeffrey Chiquini já havia solicitado uma questão de ordem. O advogado solicitou que a sessão fosse convertida em presencial, sob alegação de “isonomia” com os réus do núcleo crucial da trama golpista. O pedido foi negado pelo juiz.

 

 

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