29 de julho de 2025
Politica

Comitiva de senadores que vai aos EUA quer abrir linha direta entre Legislativos e defender setores

Às vésperas de partir para os Estados Unidos, a comitiva de senadores da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) quer reabrir “canais de diálogo” após o tarifaço do presidente Donald Trump e elencou seis objetivos principais para a missão. Os senadores terão reuniões com parlamentares democratas e republicanos, empresários e especialistas em comércio.

Entre as prioridades do grupo está a promoção de uma “interlocução direta” entre os Poderes Legislativos de ambos os países, assim como a defesa dos setores produtivos que foram afetadas pelas novas tarifas anunciadas por Trump – especialmente os que tiveram maior impacto, como agropecuária, metalurgia, energia e indústria de transformação. Os parlamentares viajam nesta sexta, 25.

Senado vai enviar oito membros de diferentes partidos para negociar as taxas impostas por Donald Trump
Senado vai enviar oito membros de diferentes partidos para negociar as taxas impostas por Donald Trump

A comitiva também quer “reforçar a previsibilidade e a segurança jurídica nas relações econômicas bilaterais” e apresentar o “posicionamento institucional do Senado como alternativa propositiva e responsável frente ao atual cenário geopolítico”. Há a intenção ainda de prospectar caminhos para a cooperação bilateral em áreas estratégicas como bioenergia, infraestrutura, inovação tecnológica e sustentabilidade.

Na lista de objetivos do grupo consta ainda a missão de “preparar o terreno” para um grupo interparlamentar permanente Brasil-Estados Unidos, que seria voltado à diplomacia econômica e à articulação de medidas legislativas frente a disputas comerciais internacionais.

Tarifaço de Trump possui dimensão política

No dia 9 de julho, o presidente dos EUA enviou carta ao Brasil informando que taxaria todos os produtos nacionais em 50%.

No documento, Trump disse que “o modo como o Brasil tem tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro, um líder altamente respeitado no mundo, é uma desgraça internacional” e pediu o fim do processo que investiga a participação do ex-chefe do Executivo na trama golpista, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente dos EUA também definiu os pedidos de remoção de conteúdo de redes sociais feitos pelo Supremo como “ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS”.

O tarifaço tem sido usado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, como um modo de pressionar o Congresso Nacional a conceder uma anistia “ampla, geral e irrestrita” aos réus pela tentativa de golpe de Estado, incluindo seu pai.

Autoexilado nos EUA, Eduardo pede por sanções para autoridades brasileiras e, na última segunda, 21, afirmou que participou de reuniões com membros do governo americano em que o tarifaço foi discutido.

Eduardo tem criticado os esforços de políticos brasileiros em tentar reverter a taxação sem falar em anistia. Sobre a comissão do Senado, ele disse que “tais parlamentares não falam em nome do presidente Jair Bolsonaro” e que a missão de senadores está “fadada ao fracasso”. O deputado também escreveu que a negociação não surtirá efeito “enquanto ignoram o cerne da questão institucional brasileira”, que seria a anistia.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), outro filho de Bolsonaro, também admitiu que o tarifaço possui dimensão política e é uma ferramenta para pedir pela liberdade do ex-presidente. “A sanção que o Trump impõe não é meramente econômica, todos nós sabemos disso, ela tem, sim, um viés político, e tem um viés econômico, porque o Trump olha para a América do Sul e enxerga para onde o Lula está levando nosso País”, disse em entrevista à Globo News.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *