26 de julho de 2025
Politica

Diplomacia brasileira vê freio na escalada do conflito com os EUA e tenta retomar diálogo

Apesar da falta de sinalização direta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que reabrirá o diálogo com o Brasil, a diplomacia brasileira avalia que houve um freio na escalada do conflito com o país nos últimos cinco dias.

Na sexta-feira passada, 18, quando o governo americano anunciou a suspensão dos vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o entendimento era de que a crise poderia levar a uma ruptura total. Mas a ordem no Itamaraty foi não retrucar e intensificar as conversas de bastidores para tentar uma aproximação indireta com Trump.

A certeza entre integrantes dos governos dos dois lados é de que o tarifaço ou a flexibilização dele é “medida solitária” do presidente americano, portanto, várias frentes de atuação devem levar a mensagem a ele.

A embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Ribeiro Viotti, tem feito um relato diário ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, das conversas realizadas entre diplomatas.

Avanços nas negociações apesar dos discurso inflamados

Apesar dos discursos políticos inflamados, incluindo falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e manifestação da embaixada dos EUA no Brasil nesta quinta-feira, 24, dizendo que o ministro Alexandre de Moraes é “coração pulsante” da “perseguição” ao ex-presidente Jair Bolsonaro, no âmbito diplomático a discussão é técnica “e continuará assim”, avisam.

Uma das mostras do tom técnico e de alto nível, ressaltam, foi o avanço na conversa do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. Além disso, integrantes do Itamaraty veem com bons olhos a viagem de oito senadores brasileiros aos EUA para tentar um acordo comercial.

Uma das avaliações é de que o grupo suprapartidário de senadores levará ao governo Trump uma visão responsável de que estão em jogo interesses comerciais importantes, sem o fla-flu da política.

O grupo tem interlocutores acostumados e respeitados nas negociações internacionais, inclusive com peso na direita, como Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura da gestão Bolsonaro. Além disso, também trarão uma perspectiva do que encontrará por lá.

Torcida contra

O blogueiro bolsonarista Paulo Figueiredo, que acompanha o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos, afirmou à Coluna que a comitiva de senadores brasileiros “vai quebrar a cara”. “A comitiva está perdendo tempo e vai quebrar a cara. Não há o que fazer sem um sinal claro e um compromisso de que o Brasil atenderá as demandas do presidente Trump”, afirmou.

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos

 

 

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