27 de julho de 2025
Politica

Correios suspendem licitação de publicidade de R$ 380 mi mas deixam brecha para reabrir processo

Os Correios suspenderam uma licitação de publicidade de R$ 380 milhões ao ano, mas o processo pode ser retomado a depender de melhoras nas contas da estatal. A decisão, que vinha sendo mantida em sigilo, foi tomada em uma reunião fechada do Conselho de Administração da companhia no fim de junho e obtida pela Coluna do Estadão.

O processo para contratação de quatro agências de publicidade gerava polêmica. Além do rombo bilionário registrado nas contas dos Correios, três agências finalistas da licitação já foram citadas em investigações contra o PT.

Na reunião com a cúpula da estatal, o presidente da empresa, Fabiano Silva, pediu a suspensão temporária do processo. Os conselheiros concordaram.

O edital de publicidade estava sob apuração na área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU), que nesta semana concluiu que não há irregularidades no processo.

Volta do edital dependerá do quadro fiscal

O colegiado definiu que a licitação poderá ser retomada, a depender de melhoras nas contas dos Correios. O prejuízo da companhia no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 1,7 bilhão, o pior resultado para o período desde a série histórica, iniciada em 2017. No ano passado, o rombo foi de R$ 2,6 bilhões.

Para tentar contornar a crise, a empresa se comprometeu com a equipe econômica a economizar R$ 1,5 bilhão ainda em 2025. Uma das esperanças de cortar os gastos é o Plano de Desligamento Voluntário (PDV), com o qual a empresa prevê economizar R$ 1 bilhão ao ano.

Outra expectativa interna é obter um financiamento de R$ 3,8 bilhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco do Brics e presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff.

Sede dos Correios em Brasília   
Sede dos Correios em Brasília   

Presidente pediu demissão no início do mês e aguarda definição de Lula

Em 4 de julho, uma semana após essa reunião com o Conselho de Administração, Fabiano Silva pediu demissão ao presidente Lula (PT). Desde então, contudo, ele segue no cargo enquanto o Palácio do Planalto não indica um substituto.

A decisão de Lula deve acontecer nas próximas duas semanas, até o próximo dia 6, quando termina o mandato de dois anos de Silva à frente dos Correios. Caso ele ainda esteja no posto nesse dia, terá de ser reconduzido pelo colegiado, segundo as regras da empresa.

 

 

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