Políticos repercutem anúncio dos EUA de sanções a Alexandre de Moraes com Lei Magnitsky
O anúncio de sanções da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes repercutiu nas redes sociais de autoridades. Enquanto políticos ligados ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saíram em defesa do magistrado, a oposição celebrou a punição.
O governo dos Estados Unidos aplicou punições ao magistrado brasileiro nesta quarta-feira, 30. A Lei Magnitsky impõe sanções como proibição de entrada nos Estados Unidos e bloqueio de bens no país.

O líder do governo Lula na Câmara, José Guimarães (PT-CE), chamou as sanções de “conspiração da família Bolsonaro contra o Brasil”. “Isso não é apenas uma afronta a um ministro do Supremo – é um ataque direto à democracia brasileira e à nossa soberania nacional!”, disse o petista.
GRAVÍSSIMO! Fruto da conspiração da família Bolsonaro contra o Brasil, Trump sanciona o Ministro Alexandre de Moraes com base na chamada Lei Magnitsky.
Isso não é apenas uma afronta a um ministro do Supremo — é um ataque direto à democracia brasileira e à nossa soberania…
— José Guimarães (@guimaraes13PT) July 30, 2025
No mesmo sentido, a ministra-chefe da secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), chamou as sanções de “ato violento e arrogante”. “Mais um capítulo da traição da família Bolsonaro ao País”, disse a ministra.
A nova sanção do governo Trump ao ministro Alexandre de Moraes é um ato violento e arrogante. Mais um capítulo da traição da família Bolsonaro ao país. Nenhuma Nação pode se intrometer no Poder Judiciário de outra. Solidariedade ao ministro e ao STF. Repúdio total do governo Lula…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) July 30, 2025
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) qualificou como “gravíssimo” o uso da Lei Magnitsky contra Moraes. Para o petista, as sanções não se restringem ao ministro e são também um “ataque ao Brasil”.
GRAVÍSSIMO! EUA sancionam Alexandre de Moraes com a Lei Magnitsky. Hoje, somos todos Alexandre de Moraes, pq não é um ataque a um ministro, é um ataque ao Brasil, à nossa soberania! pic.twitter.com/ENGCTbNIJD
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) July 30, 2025
O ministro Wolney Queiroz, da Previdência Social, manifestou “irrestrita solidariedade” a Moraes. Segundo Queiroz, o magistrado está sendo “perseguido e atacado por uma potência estrangeira por fazer o seu trabalho”.
Nossa irrestrita solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes, perseguido e atacado por uma potência estrangeira por fazer o seu trabalho e cumprir o seu dever de magistrado.
— Wolney Queiroz (@WolneyQueirozM) July 30, 2025
A deputada federal Caroline de Toni (PL-SC), ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, afirmou que a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes “é a resposta internacional aos abusos, à censura e à perseguição política que o Brasil vive”.
🚨 MAGNITSKY É REAL! 🚨
A lei americana mais dura contra violadores de direitos humanos foi aplicada a uma autoridade brasileira: Alexandre de Moraes.❌ Bens e contas congelados nos EUA
❌ Proibição de entrada no país
❌ Isolamento do sistema financeiro global
❌ Suspensão de… pic.twitter.com/71h1JHWOg7— Carol De Toni (@CarolDeToni) July 30, 2025
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que as sanções contra Moraes representam “um marco” nas denúncias contra “abusos de autoridade” no Brasil. Para o parlamentar, a aplicação da Lei contra o ministro brasileiro é um ato “simbólico e contundente”.
Nos últimos dias, Nikolas vinha sendo criticado por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por ser ”pouco ativo” na busca por punições contra autoridades brasileiras.
A aplicação da Lei Magnitsky por parte dos EUA representa um marco na denúncia internacional contra abusos de autoridade no Brasil. É simbólico, e contundente, que uma das maiores democracias do mundo tenha reconhecido os sinais alarmantes de autoritarismo vindos de nossa própria…
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) July 30, 2025
O deputado estadual Gil Diniz (PL-SP) celebrou o anúncio da Lei Magnitsky contra Moraes. Gil Diniz é aliado de Eduardo Bolsonaro e já trabalhou no gabinete do filho “03” do ex-presidente. Para Diniz, as sanções contra Moraes são “resultado direto” de um “trabalho estratégico e silencioso” do brasileiro nos Estados Unidos.
MAGNITSKY: ALEXANDRE DE MORAES SANCIONADO!
Hoje os Estados Unidos aplicaram sanções contra Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, por violação de direitos humanos, abuso de autoridade e censura contra opositores políticos. É o reconhecimento internacional de que o… pic.twitter.com/C4GE8W6gKH
— Gil Diniz (@carteiroreaca) July 30, 2025
A edição da Lei Magnitsky contra Moraes ocorre após um semestre de atuação de Eduardo nos Estados Unidos. O filho de Jair Bolsonaro é investigado no STF por buscar punições ao País e a autoridades brasileiras como forma de coagir o processo penal contra seu pai, réu por golpe de Estado.
O uso da Lei Magnitsky contra uma autoridade de um país democrático é inédito. Até o momento, a norma só havia sido aplicada contra violadores graves dos direitos humanos, como autoridades de regimes ditatoriais, integrantes de grupos terroristas e criminosos ligados a esquemas de lavagem de dinheiro e de assassinatos em série.
