2 de agosto de 2025
Politica

Andreazza: ‘Para quem Xandão mostra o dedo?’

No episódio desta quinta-feira, 31, do quadro Andreazza Reage, o colunista Carlos Andreazza faz uma análise da imagem flagrada pelo repórter fotográfico Alex Silva, do Estadão, em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aparece mostrando o dedo do meio enquanto assistia ao jogo do Corinthians contra o Palmeiras na Copa do Brasil. O ato ocorreu horas após o magistrado ser alvo de sanção americana via a Lei Global Magnitsky.

“Para quem Xandão mandou o dedo? Não importa, provocado por alguém ou xingado por alguém, e daí? Pode ser para todo mundo, talvez tenha sido para todo mundo, porque ele é o Alexandre de Moraes, é o Xandão, ele pode. Por sorte também — aqui vai uma provocação — ele não terá Alexandre como seu juiz”, reflete o colunista.

Para Andreazza, a ação foi calculada e buscava transmitir um comunicado. “Qual é a mensagem? ‘Não recuo’”, diz. “Alexandre de Moraes não recua, não muda o plano. No dia em que sancionado pelos Estados Unidos, pelo Donald Trump, via poderosa — equivalente a um banimento — Lei Magnitsky, Alexandre de Moraes foi a um estádio, ver um jogo do Corinthians”, explica o colunista.

Alexandre de Moraes, ministro do STF, faz gesto obsceno durante a partida entre Corinthians e Palmeiras pelas oitavas de final da Copa do Brasil
Alexandre de Moraes, ministro do STF, faz gesto obsceno durante a partida entre Corinthians e Palmeiras pelas oitavas de final da Copa do Brasil

Vítima da sanção, Moraes foi a primeira autoridade de um país democrático a ser punido pelo dispositivo americano. A norma, que é aplicada em ditadores, criminosos que lavam dinheiro e violadores dos direitos humanos, impede o magistrado de movimentar dinheiro nos EUA, acessar o país e usar serviços de instituições financeiras e plataformas de tecnologia americanas.

A lei foi aplicada contra o ministro após pedidos do deputado federal Eduardo Bolsonaro, que, autoexilado nos EUA, articula sanções contra o País e autoridades nacionais, pedindo por anistia para os condenados pela tentativa de golpe de Estado e denunciando violações de direitos humanos neste processo.

De acordo com o colunista, além de mostrar a posição do ministro, o gesto comunica a postura da Suprema Corte brasileira. “(A ação) expõe, sobretudo, o STF que abriu mão do comedimento, o STF agente político, o STF que, encarnado em Alexandre de Moraes, foi brigar na rua, e que está nas ruas, com grande frequência, à margem da Constituição que deveria zelar”, defendeu.

Para Andreazza, a Corte ultrapassa seu papel, de zelar pela Constituição, e possui atuação política. Em episódios anteriores, o colunista do Estadão já defendeu que o Supremo extrapolou seu dever no julgamento que ampliava as responsabilidades das plataformas de redes sociais.

 

 

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