Barroso, presidente do STF, recebe manifesto pela soberania nacional
O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu nesta sexta-feira, 1º, um manifesto pela soberania do País escrito pela Rede pela Soberania. No documento, a organização recém-criada defende a atuação do STF no julgamento da tentativa de golpe de Estado e critica a tarifa de 50% sobre produtos nacionais imposta pelo governo dos EUA e a cassação dos vistos americanos de oito magistrados da Corte.
O manifesto afirma que as sanções americanas possuem “o objetivo explícito de forçar a extinção de um processo judicial que diz respeito única e exclusivamente ao povo e às instituições constitucionais do Estado brasileiro”.

As sanções dos Estados Unidos vieram acompanhadas de pedidos do presidente norte-americano, Donald Trump, para que o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) fosse extinto. Dos EUA, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, pede pelas medidas com o objetivo de pressionar por uma anistia para o pai.
“Lamentamos que setores radicais e minoritários da política brasileira tenham abraçado a chantagem em curso, alinhando-se a interesses externos, em detrimento do interesse público nacional”, escreveu a Rede pela Soberania, fazendo menção a articulação de bolsonaristas.
“Não abrimos mão da soberania; seja para preservar e aprofundar os avanços democráticos da Constituição de 1988; seja para garantir a pluralidade de opiniões, hoje ameaçada por defensores de regimes autoritários; seja, ainda, para definir com autonomia os rumos nacionais: da economia, do comércio, das relações internacionais”, dizem as instituições responsáveis pelo documento.
O manifesto é finalizado com uma série de pedidos da Rede pela Soberania. A entidade defende que as tarifas de 50% sejam revogadas imediatamente; que a diplomacia, os líderes políticos, os empresários e a sociedade se unam para restaurar as relações saudáveis com os EUA; e que haja a responsabilização “daqueles que, ao adotarem a chantagem como método político e judicial, traem a nação brasileira”.
A organização teve a entrega do documento como seu primeiro ato e articula 27 organizações civis, dentre elas a Aliança Nacional LGBTI+, Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Associação Nacional da Advocacia Negra e a Coalizão Nacional de Mulheres, além de advogados, jornalistas, auditores fiscais, ativistas e profissionais de diversas áreas.
A entrega do documento ocorre no primeiro dia após o retorno do recesso do STF. Os ministros aproveitaram a ocasião para manifestar apoio ao colega, o ministro Alexandre de Moraes, que foi sancionado pelo governo norte-americano através da Lei Magnistsky.