5 de agosto de 2025
Politica

Por que Marcos do Val usará tornozeleira eletrônica? Entenda a decisão de Moraes

RIO – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) após considerar que o parlamentar descumpriu decisões do Supremo e viajou aos Estados Unidos sem autorização da Corte.

Moraes argumentou que o senador descumpriu medidas cautelares impostas anteriormente ao determinar a aplicação de tornozeleira eletrônica no parlamentar e ordem de recolhimento noturno.

Segundo Moraes, Marcos do Val “deliberadamente, descumpriu a imposição das medidas cautelares em claro desrespeito às decisões proferidas” pelo Supremo Tribunal Federal.

“A conduta do investigado demonstra absoluta afronta à determinação do Poder Judiciário, uma vez que Marcos Ribeiro do Val requereu autorização para viajar ao exterior, tendo sido indeferido o pedido, e claramente burlou às medidas, cautelares impostas”, afirmou Moraes.

A imposição da tornozeleira eletrônica é prevista na Lei 12.25, de 2010, em casos de presos em regime domiciliar ou que estejam em saída temporária e como medida cautelar a investigados que estejam respondendo processo criminal – o caso de Marcos do Val.

Senador Marcos do Val colocou tornozeleira eletrônica por decisão do ministro Alexandre de Moraes
Senador Marcos do Val colocou tornozeleira eletrônica por decisão do ministro Alexandre de Moraes

Em nota, os advogados Iggor Dantas Ramos e Fernando Storto, responsáveis pela defesa do senador, afirmaram que a medida aplicada pela Justiça a Do Val “ultrapassa os limites da razoabilidade” e negaram que tenha havido descumprimento das medidas cautelares impostas pelo Supremo.

Em agosto do ano passado, Moraes determinou a suspensão do perfil do senador no Instagram, o bloqueio de até R$ 50 milhões na conta do parlamentar, e o bloqueou de seu passaporte. À época, do Val criticou as medidas que foram ordenadas após ataques do parlamentar à Corte e a investigações da Polícia Federal.

Em julho deste ano, Marcos do Val disse, no dia 24, que viajou aos Estados Unidos utilizando passaporte diplomático, o que representa um “drible” na decisão de Moraes.

Meses antes, em fevereiro, a defesa do senador chegou a pedir ao Supremo Tribunal Federal que reconsiderasse a decisão de apreensão do passaporte do parlamentar, mas teve o pedido negado pela Corte.

O parlamentar apresentou embargos de declaração (um recurso para esclarecer decisões) para tentar reverter um julgamento anterior da Primeira Turma do STF. Em dezembro do ano passado, a Corte já havia negado um pedido semelhante, no qual do Val argumentava que a retenção do documento “impede o exercício da própria função de senador da República, especialmente em eventos, comissões e organismos internacionais”.

 

 

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