9 de agosto de 2025
Politica

‘Poderia falar em Roma, Paris e Lisboa, Washington não mais’, diz Gilmar Mendes sobre as sanções

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez referência nesta quarta-feira, 6, à cassação de seu visto americano, sanção que foi aplicada pelo governo dos Estados Unidos contra ele e mais sete ministros da Corte. A fala ocorreu durante o lançamento do “Jurisdição Constitucional da Liberdade para a Liberdade”, que o magistrado é um dos autores.

“Nós (o STF) temos falado sobre nossos desafios institucionais, aqui e alhures. Eu poderia estar contando em Roma, Paris e Lisboa, Washington não mais né? A história de uma debacle, da derrota do Estado de Direito, mas no momento estamos nestes ambientes contando a consagração e a vitória”, afirmou o magistrado.

Gilmar Mendes é um dos ministros sancionados pelo governo americano.
Gilmar Mendes é um dos ministros sancionados pelo governo americano.

O visto americano do magistrado foi cassado em represália ao processo que o STF conduz contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigando a participação do político na tentativa de golpe de Estado de 2023.

Além dele, também foram impedidos de entrar nos EUA os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Edson Fachin.

Moraes é o juiz sobre o qual recaem as sanções mais pesadas. O magistrado foi alvo da Lei Magnistsky, que o impede de acessar os EUA, de movimentar bens no país e de ter acesso a serviço de empresas americanas, como bancos ou empresas de tecnologia.

As sanções foram articuladas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O filho do ex-presidente se autoexilou no estrangeiro e de lá pede por ataques ao País e a autoridades, como os ministros do STF, com o objetivo de pressionar a concessão de uma anistia para os condenados pela tentativa de golpe, incluindo seu pai.

Em discurso anterior, Gilmar chamou os “ataque” à Corte de “retórica política barata dos acusados e seus asseclas para desacreditar o Tribunal e tentar desviar o foco do debate público dos graves fatos que estão sendo revelados pelas testemunhas e pelas provas apresentadas pela PGR”.

 

 

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