Tarifaço gera ‘armistício’ entre Lula e Hugo Motta após veto ao aumento do número de deputados
O Palácio do Planalto avalia que o tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil permitiu um “armistício” entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), após o mal-estar gerado pelo veto do petista ao aumento do número de deputados e pelo embate sobre as mudanças na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Havia temor entre aliados do presidente da República de como seria o reencontro dos dois depois do recesso parlamentar. O Planalto evitou uma reunião imediata entre Lula e Motta, com a expectativa de que a demora pudesse fazer com que a poeira baixasse.
O encontro finalmente ocorreu nesta terça-feira, 12, no Palácio da Alvorada, com a presença da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o resultado foi considerado positivo. Houve compromisso do presidente da Câmara em dar celeridade ao pacote anti-tarifaço, e Motta participou nesta quarta-feira, 13, do anúncio das medidas em cerimônia no Planalto.
Aliados de Motta dizem que ele sabe separar os assuntos. Uma coisa é o tarifaço, outra é o aumento do número de deputados. A Câmara deve trabalhar para derrubar o veto de Lula, mas, ao mesmo tempo, apoiará o socorro às empresas afetadas pelas tarifas. Interlocutores do presidente da Casa lembram que foi iniciativa do próprio Congresso a aprovação da lei de reciprocidade econômica que pode ser eventualmente usada para retaliar os EUA.
