15 de agosto de 2025
Politica

Hugo Motta defende que Corregedoria da Câmara seja ‘firme’ com protagonistas do motim

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu uma posição “firme” da Corregedoria Parlamentar com os deputados que tiveram “papel central” na obstrução física do plenário na semana passada, que considerou “inadmissível”. As declarações ocorreram em entrevista à GloboNews, na manhã desta quinta-feira, 14.

Motta afirmou que o chefe da Corregedoria, deputado Diego Coronel (PSD-BA), já iniciou a notificação dos 14 parlamentares que são alvos das representações e confirmou o prazo de 45 dias para o corregedor se manifestar, mas disse que o órgão pode se antecipar.

“Ele já está notificando os parlamentares, e penso que antes desse prazo de 45 dias – sem prejuízo daquilo que tem que ser feito, que é a responsabilização desses parlamentares – a Corregedoria irá se manifestar. E a Mesa com certeza irá tomar as providências cabíveis, porque nós não podemos permitir que o que aconteceu volte a se repetir”, disse.

Motta também disse considerar que a decisão de encaminhar as representações à Corregedoria foi unânime na Mesa Diretora. “A decisão da Mesa, por unanimidade, foi encaminhar (as representações) para a Corregedoria. Primeiro, porque você tem uma quantidade grande de parlamentares. Até para que não sejamos injustos com quem quer que seja”, disse.

Hugo Motta defendeu uma posição 'firme' da Corregedoria Parlamentar com os deputados que tiveram 'papel central' na obstrução da Mesa na semana passada
Hugo Motta defendeu uma posição ‘firme’ da Corregedoria Parlamentar com os deputados que tiveram ‘papel central’ na obstrução da Mesa na semana passada

O presidente da Casa baixa também afirmou que a aplicação de punição sumária já foi utilizada contra os deputados Gilvan da Federal (PL-ES) e André Janones (Avante-MG), mas não seria a alternativa adequada contra 14 parlamentares.

Sobre ter tido ajuda para desmantelar o motim, Motta afirmou não se constranger pela atuação do seu antecessor no cargo, deputado federal Arthur Lira (PP-AL). “Todos nós tivemos que entrar em uma força-tarefa para resolver a situação. Então, em nada me atinge, em nada me constrange o papel de pessoas que ajudaram a resolver, até porque o presidente não cuida da Casa sozinho. Nós temos o colégio de líderes, parlamentares que exercem função de liderança”, disse.

Motta também disse que não delegou a Lira o papel de fazer acordos em seu lugar, nem ao líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). “Como posso validar um acordo que eu não participei? O poder da pauta é exercido por mim”, enfatizou o presidente da Câmara.

Segundo o deputado, foi sua a decisão de não incluir na pauta da semana o projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, assim como a proposta de fim do foro privilegiado. Os dois assuntos são temas de reivindicações da oposição.

O líder do PL havia dito que existia um acordo com os líderes sobre essas pautas, mas Motta disse que não participou dessas conversas. “Atropelar a presidência com movimentos e conversas jamais será permitido”, disse Motta. Na ocasião, o presidente voltou a dizer que a ocupação do plenário foi “completamente fora do razoável” e que não negociou nenhuma contrapartida à oposição pela retomada de sua cadeira.

‘Não há previsão de mandatos à distância’

Ao se referir ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Motta afirmou que “não existe mandato à distância”. “Eu tenho dito que não existe mais ou menos deputado, existe o deputado. Da mesma forma que não há previsão regimental do exercício do mandato à distância, e o deputado Eduardo Bolsonaro, quando tomou a decisão de ir para os Estados Unidos cumprir o papel que ele acha correto, ele sabia que era incompatível o exercício parlamentar”, disse.

O presidente da Câmara também afirmou, por outro lado, que Eduardo não pode ser “prejudicado diante de suas prerrogativas” por estar em um ambiente de disputa e que ele tem direito de defender a inocência do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas que trabalhar contra o Brasil “não é razoável” e que as atitudes trazem “prejuízos consideráveis” para empresas e brasileiros. “Temos total discordância”, declarou.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *