Justiça do Trabalho só aceitou 7% dos processos sobre assédio sexual em uma década
A Justiça do Trabalho recebeu 48,3 mil processos na última década sobre assédio sexual e só reconheceu o crime em 7% dos casos. Os dados constam de um levantamento, obtido pela Coluna do Estadão, da Predictus, maior banco privado de dados judiciais do País.
A baixa taxa de sucesso das alegadas vítimas pode ser explicada pela qualidade das provas apresentadas, além da dificuldade de comprovar o assédio sexual — que nem sempre deixa marcas ou é testemunhado por outra pessoa.

Em 99,5% das ações judiciais, não foram citados laudos psicólogicos, enquanto outras 85% não usaram testemunhas. Nos processos, 99% das empresas afirmaram à Justiça que não têm qualquer política de prevenção de assédio.
Entre as pessoas que acionam a Justiça trabalhista por assédio sexual, 72,5% são mulheres e 27,5% são homens.
“A descoberta é relevante para o desenvolvimento de políticas de prevenção que reconheçam a vulnerabilidade de todos os gêneros no ambiente de trabalho”, diz o fundador da Predictus, Hendrik Eichler.