Conexão México: polícia faz maior apreensão de metanfetamina em São Paulo e prende 3
Agentes do Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) apreenderam três quilos de metanfetamina mexicana no centro de São Paulo. A droga é mais pura e cara do que a fabricada no Brasil e vendida pela máfia chinesa. O grama chega a custar R$ 600. Um mexicano e dois dominicanos foram presos. Trata-se da maior apreensão desse tipo de droga em São Paulo neste ano.

Os investigadores vigiavam o bar Meraki, na Avenida São João, Centro da cidade, no rastro de uma mulher que, segundo informantes, estaria vendendo drogas ali, quando Reyna Mercedes Alvarez Chavez, de 53 anos, entrou e se dirigiu até uma mesa. Ela estava acompanhada de Daniel Encarnacíon Ramirez. O casal olhava a toda hora para fora do bar. Parecia que esperavam alguém. Não ia demorar muito para os investigadores chegarem ao desfecho da operação contra a Conexão México, a maior desde a Operação Heisenberg, de janeiro deste ano.
Foi ali no bar que o casal de dominicanos se encontrou com um homem que desceu de um carro de aplicativo. Ele carregava uma caixa de papelão e olhava para os lados, como se estivesse procurando um contato. Era o mexicano Julian Salvador Barba Jimenez, de 47 anos. Ele entrou no bar e sentou-se com os dois dominicanos. Foi quando os policiais deram o bote.
O pacote trazia parte da droga em sacos plásticos. Ali estava o cristal, a principal droga produzida e exportada pelos cartéis mexicanos. Com os acusados, os policiais apreenderam sete celulares que serão submetidos a uma perícia. Os investigadores querem acessar o conteúdo extraído pelo laboratório digital do Departamento de Inteligência da Polícias Civil. Na casa do mexicano, no Paraíso, na zona sul, os policiais acharam anotações, documentos. Nenhum dos três suspeitos quis se manifestar.
Para a polícia, eles fazem parte da mesma conexão que trouxe ao Brasil o também mexicano Guilherme Ortiz, o cozinheiro de metanfetamina que passou a trabalhar para a máfia chinesa via a produção do cristal no Brasil até ser preso em janeiro deste ano. A droga é distribuída no centro da cidade em hotéis e bares e está ligada à prática do ‘chemsex’, o chamado sexo químico, que associa o consumo da droga ao sexo.