Ciro Gomes vai a evento que confirma aliança entre União e PP e critica Lula
O ex-ministro Ciro Gomes compareceu nesta terça-feira, 19, ao evento que selou a federação partidária União Progressista, entre o União e o PP. Ciro afirmou que sua presença foi um “ato de cortesia muito comum antes de o País ser tomado pelo ‘lulopetismo’ e pelo bolsonarismo”.
O ex-governador do Ceará ainda defendeu uma união “da centro-esquerda à centro-direita, para nós tirarmos o Brasil deste desastre”, fazendo alusão ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Gomes, que é membro do PDT, negocia sua filiação com outro partido, as opções sobre a mesa são o PSDB e o União. Ao chegar no evento, ele disse que este é o momento de “consultar as bases”. O cargo para qual ele concorrerá em 2026 ainda é incerto, mas há apoio para uma possível candidatura à Presidência ou governo do Ceará.
Seu entorno deseja que ele concorra ao Planalto e se posicione como opositor de Lula. Apoiadores acreditam que Ciro pode se lançar candidato enquanto os governadores de direita ainda esperam o apoio de Jair Bolsonaro (PL), que não oficializou seu candidato.
Outra opção seria que Ciro se posicionasse à direita e disputasse o Palácio da Abolição — sede do governo estadual do Ceará — contra o petista Elmano de Freitas, que é o atual governador. Em maio, Ciro se reuniu com lideranças bolsonaristas no Ceará e dialogou com PL, União Brasil e PP.
O atual aceno à federação entre União Progressista, que Ciro realizou, também é feito por presidenciáveis de direita, como Tarcísio Gomes (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União), que buscam apoio do Centrão.
O União e PP, ainda que se autodefinissem como oposição, integravam o governo Lula. Juntos, os partidos controlam quatro ministérios. Após a federação, que deve durar por quatro anos e impor uma atuação conjunta, as siglas terão a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 109 cadeiras e no Senado Federal, com 15 parlamentares.
Membros das siglas já falam em deixar o governo. “Vamos desembarcar do governo o mais rápido possível”, disse Ciro Nogueira, presidente do PP. Ronaldo Caiado, que integra o União e já anunciou ser candidato à Presidência, se distancia ainda mais do governo Lula ao prometer anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro.