22 de agosto de 2025
Politica

Quem é Silas Malafaia, aliado e amigo de Bolsonaro que entrou na mira da PF e do STF

O pastor Silas Malafaia foi alvo de um mandado de busca e apreensão da Polícia Federal nesta quarta-feira, 20. O relatório da investigação que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho “03″, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por coação no curso do processo inclui diálogos por áudios e mensagens de texto entre o líder evangélico e o ex-presidente.

Silas Malafaia é líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que faz parte do movimento pentecostal da Assembleia de Deus no Brasil. Durante o governo Bolsonaro mesmo sem cargo público, foi um dos principais conselheiros do presidente. Após 2022, tornou-se o principal organizador dos atos em favor de Bolsonaro.

Silas Malafaia é amigo de longa data de Jair Bolsonaro (PL)
Silas Malafaia é amigo de longa data de Jair Bolsonaro (PL)

As conversas interceptadas pela PF revelam desavenças entre o pastor e Eduardo Bolsonaro. Em um áudio enviado a Bolsonaro, Malafaia chamou Eduardo de “babaca”. “Só não faço um vídeo e arrebento com ele porque tenho consideração a você”, disse o pastor.

Além disso, Malafaia aconselhou Bolsonaro sobre como agir após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar um tarifaço a produtos brasileiros. O pastor sugeriu que o ex-presidente condicionasse a resolução da crise à aprovação no Congresso de uma anistia aos réus dos atos golpistas de 8 de Janeiro. “Tira o Lula do foco, volta ao assunto da anistia e pressione o STF”, afirmou Malafaia. Segundo a Polícia Federal, as orientações do pastor demonstram uma intenção de coagir autoridades brasileiras.

O pastor ganhou projeção nos anos 1980 ao apresentar programas de televisão evangélicos. Antes de se aproximar de Jair Bolsonaro, Malafaia apoiou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos pleitos de 1989, 2002 e 2006. Durante o primeiro mandato do petista, o pastor foi nomeado para o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), conhecido como “Conselhão”.

A partir de 2010, Malafaia passou a apoiar nomes à direita nas eleições presidenciais. Em 2010, três dias depois de declarar apoio a Marina Silva, então no PV, rompeu com a candidata e declarou voto em José Serra (PSDB).

O pastor aproximou-se de Jair Bolsonaro nos anos 2000. Em 2006, a Câmara pautou um projeto de lei que criminalizava a homofobia. O então deputado federal pelo PP e o pastor se aliaram contra a proposta. Desde então, passaram a ser amigos pessoais. Em 2013, Malafaia celebrou o casamento de Bolsonaro com Michelle.

Embora de longa data, a relação entre Bolsonaro e Malafaia já passou por percalços. Em 2017, sem citar Bolsonaro, o pastor criticou o que chamou de “direita radical” – “aquela que prega que quer fechar o Congresso Nacional”, segundo o religioso. Em 1999, Bolsonaro defendeu o fechamento do Congresso no programa Câmara Aberta, da TV Bandeirantes.

Apesar da desavença, Malafaia apoiou a campanha presidencial de Bolsonaro no ano seguinte e foi um dos principais conselheiros do presidente entre 2019 e 2022.

Em Brasília, o principal aliado de Malafaia é o deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara.

Após Bolsonaro deixar o governo federal, Malafaia tornou-se o principal organizador dos atos em favor do ex-presidente. Nas manifestações realizadas na capital paulista, a locação dos trios elétricos é de responsabilidade do pastor. Nos protestos, Malafaia tem assumido o papel de fazer os discursos mais inflamados contra autoridades, sobretudo contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a quem já se referiu como “ditador” e “criminoso”.

 

 

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