21 de agosto de 2025
Politica

Prisão de Bolsonaro agora ampliaria ataques ao STF e agravaria crise com EUA; leia bastidores

Quando o ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, no último dia 4, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reagiram mal. Em caráter reservado, consideraram a medida desnecessária naquele momento. Com a previsão de julgamento do ex-presidente para setembro, o ideal, na visão de integrantes da Corte, seria o réu aguardar em liberdade.

Diante da revelação dos áudios em aparelhos celulares de Bolsonaro, Moraes deu prazo de 48 horas para a defesa de Bolsonaro explicar o descumprimento de medidas cautelares e um rascunho de pedido de asilo político na Argentina, que pode configurar tentativa de fuga. A depender da resposta, o ministro pode decretar a prisão preventiva – dessa vez, numa cela.

Jair Bolsonaro aguarda o julgamento do STF em prisão domiciliar
Jair Bolsonaro aguarda o julgamento do STF em prisão domiciliar

Assessores do STF e pessoas próximas de ministros afirmam que a avaliação interna é a mesma: prender Bolsonaro agora teria o condão de ampliar os ataques à Corte e a crise entre o Brasil e os EUA. Às vésperas do julgamento, a maioria dos ministros teria preferência por manter o caso em fogo baixo –ou seja, com Bolsonaro aguardando a data do veredicto em casa.

Assim como em outras ocasiões, Moraes não informou previamente os colegas que divulgaria as mensagens de Bolsonaro ontem, a menos de duas semanas do julgamento, agendado para começar no dia 2. Se mandar prender o ex-presidente, provavelmente o relator agirá da mesma forma.

Após a divulgação das novas provas, ministros do STF optaram pelo silêncio, na tentativa de diminuir a pressão pública contra a Corte. Sabem que, em setembro, vão precisar vir a público com mais frequência para defender o Supremo dos ataques esperados com a provável condenação de Bolsonaro.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *