Governo Lula reúne big techs para discutir regulação, não mostra versão final do texto e desagrada
BRASÍLIA — O governo Lula se reuniu com as plataformas digitais nesta sexta-feira, 22, para discutir os seus dois projetos para regular o setor. Mas não mostrou a versão final dos documentos.
Integrantes do governo apresentaram aos representantes das big techs e outras empresas de grande porte as linhas-base das proposições. A reunião foi feita no Palácio do Planalto e durou cerca de uma hora e meia.
Como o Estadão mostrou, um dos projetos (PL dos Serviços Digitais) visa garantir maior transparência e direitos aos usuários na internet — inclusive com uma seção dedicada à proteção de crianças e adolescentes —, e o outro (PL dos Mercados Digitais), combater abuso concorrencial.
As plataformas pediram o texto final dos projetos, mas o governo respondeu que, por enquanto, a ideia é que os documentos sejam apresentados primeiro ao Congresso. Uma negociação com o setor, ponto a ponto, viria a partir dessa tramitação.
As empresas se queixaram de que precisariam ler os detalhes específicos para conhecer os “possíveis riscos de insegurança jurídica”, mas o governo não quis aprofundar os temas durante a reunião.
O Planalto entende que existe pouca margem para manobra na regulação a partir do marco já definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com o julgamento da constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, em junho. E prevê mais diálogo com o setor.
O próximo passo do governo Lula é decidir o melhor momento para enviar os projetos ao Congresso.
Vinte e duas companhias participaram do encontro, como Amazon, Apple, Google, iFood, Magalu, Meta, OpenAI, Shopee, TikTok e Uber, além de seis associações e consultorias.
Do lado do governo, estiveram presentes seis ministérios, a Advocacia-Geral da União (AGU), o Ministério da Fazenda, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a Secretaria de Comunicação Social (Secom), a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e a Casa Civil.
A reunião durou cerca de uma hora e meia, sendo 45 minutos para que o MJ e a Secom apresentassem o PL dos Serviços Digitais, e outros 45 para perguntas e respostas. O texto da Fazenda, por se assemelhar a um relatório publicado pelo governo ano passado, já era conhecido pelas empresas, então teve menos espaço — sua apresentação se resumiu a “três ou quatro” slides.
Veja a lista completa de quem participou
Empresas e Plataformas
- 1. 99
- 2. Alibaba
- 3. Amazon
- 4. Apple
- 5. Expedia
- 6. Google
- 7. Grupo OLX
- 8. Hotmart
- 9. iFood
- 10. Keeta
- 11. Kwai
- 12. Magalu Cloud
- 13. Mercado Livre
- 14. Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp)
- 15. Microsoft
- 16. OpenAI
- 17. Shein
- 18. Shopee
- 19. TikTok
- 20. Uber
- 21. X (Twitter)
- 22. YouTube
Associações e Consultorias
- 1. Alandar Consultoria
- 2. Asociación Latinoamericana de Internet (Alai)
- 3. Diplomacia Corporativa (Allia)
- 4. Associação Brasileira Online to Offline (Amobitec)
- 5. Associação das Empresas de TIC e Tecnologias Digitais (Brasscom)
- 6. Câmara Brasileira da Economia Digital
Órgãos de Governo
- 1. Advocacia-Geral da União (AGU)
- 2. Ministério da Fazenda
- 3. Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP)
- 4. Secretaria de Comunicação Social (Secom)
- 5. Secretaria de Relações Institucionais (SRI)
- 6. Casa Civil