6 de setembro de 2025
Politica

Moraes passa de relator a acusado no meio do julgamento de Bolsonaro

O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados está ainda no começo. Nesta terça-feira, falam as defesas dos réus. Fora da sala de audiência da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal está em curso uma nova estratégia bolsonarista. E o alvo é o relator Alexandre de Moraes.

O ministro Alexandre de Moraes foi acusado de adulterar documentos por ex-assessor
O ministro Alexandre de Moraes foi acusado de adulterar documentos por ex-assessor

Ao que os movimentos do grupo que cerca o ex-presidente anda fazendo, há a ideia de transformar o relator do processo no STF em acusado. O primeiro ato foi iniciado na terça-feira, 2, dia em que também se iniciava o julgamento de Bolsonaro.

Em audiência na Comissão de Segurança do Senado, o perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes, entrou por videoconferência. Ele está foragido na Itália e apresentou uma nova denúncia contra Moraes.

O ex-assessor Eduardo Tagliaferro prestou depoimento em comissão do Senado
O ex-assessor Eduardo Tagliaferro prestou depoimento em comissão do Senado

Relatou que em 2022 foi orientado a produzir um relatório para justificar uma operação da Polícia Federal contra empresários que apoiavam Bolsonaro na campanha eleitoral. Na época, fora divulgado pela imprensa que o grupo defendia intervenção militar. E Tagliaferro diz que a operação foi baseada na notícia de jornalista.

O perito conta que produziu um relatório após a operação da PF, mas a data foi adulterada para indicar que o documento fora elaborado antes da ação policial, como se a indicar que as investigações se moveram por força de trabalho técnico e não da imprensa.

Com todas as letras, o perito transmutado em acusador atribuiu a Moraes a falsidade no ato. E chegou a dizer que, em seu gabinete, o magistrado age como quem joga xadrez e os investigados são “pecinhas”.

As declarações de Taglieaferro ocorreram num colegiado presidido pelo filho mais velho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Como se viu na sessão, o senador já sabia do que o depoente trataria. E a conclusão foi que a denúncia serviu para se pedir a suspensão do julgamento em curso.

Ainda que a nova frente para impedir a condenação de Bolsonaro não surta efeitos jurídicos, ela serve para manter Moraes sob pressão. Os documentos de Tagliaferro podem ir parar na fundamentação de um novo pedido de impeachment do ministro.

A oposição junta munição para o embate de hoje, de amanhã e no futuro próximo, quando Bolsonaro estará condenado.

 

 

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