5 de setembro de 2025
Politica

Centrão e oposição trabalham por anistia pós-julgamento de Bolsonaro e estimam ter mais de 300 votos

BRASÍLIA – Oposição e Centrão aguardam o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para avançar com a anistia a ele e demais envolvidos nos ataques golpistas do 8 de Janeiro.

O União Brasil – que, ao lado do PP, anunciou o desembarque oficial do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apoio à anistia – já trabalha fazendo cálculos e estima entre 320 e 330 votos dos 513 parlamentares da Câmara dos Deputados.

Deputados bolsonaristas fizeram motim na Câmara pedindo votação da anistia no começo de agosto.
Deputados bolsonaristas fizeram motim na Câmara pedindo votação da anistia no começo de agosto.

Como mostrou a Coluna do Estadão, algumas das siglas do Centrão projetam pressionar pela votação da anistia na Câmara após o julgamento de Bolsonaro.

Esses partidos devem acompanhar com lupa o resultado do julgamento, incluindo a dosimetria de penas e eventuais divergências entre os ministros do STF, para sentir o clima do plenário.

O próprio governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato favorito do Centrão para a disputa pela Presidência da República em 2026, entrou em jogo e está em negociação direta pela anistia.

Ele conversou com o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), sobre a anistia e chegou a telefonar para o correligionário e presidente da Câmara, Hugo Motta (PB).

Na terça-feira, 2, o próprio Motta disse que a pressão de partidos do Centrão cresceu e o tema deverá entrar na discussão da reunião de líderes.

Para integrantes do partido e de outras legendas do Centrão, o Republicanos não formaliza apoio à anistia apenas para não causar maiores constrangimentos a Motta.

Dentro do União Brasil, líderes do partido esperam apoio do PL, do PP e do Republicanos à anistia. Já sobre PSD e MDB (siglas com 45 e 42 deputados, respectivamente), o partido não projeta apoio formal, mas conta com 33 votos favoráveis do PSD e 20 adesões do MDB.

União se reúne nesta quarta-feira e correligionário vê Celso Sabino ‘esticando a corda’

O União Brasil fez uma reunião da executiva nacional nesta quarta-feira, 3, para discutir como operacionalizará a saída do governo. Lideranças do partido decidiram que integrantes que ainda têm ligações com o governo devem entregar seus cargos até o dia 30 de setembro.

Caso não o façam, o conselho de ética do partido julgará o caso, que deverá levar à expulsão sumária.

O caso mais delicado é o do ministro do Turismo, Celso Sabino. O paraense resiste em entregar o cargo e cogita até o afastamento do partido.

Sabino é membro da titular da executiva nacional do partido e resolveu não participar da reunião. Isso causou incômodo entre participantes do evento, que dizem que o ministro está esticando a corda.

 

 

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