‘Não compete ao STF fazer um juízo político do que é bom ou ruim’; leia 429 páginas do voto de Fux
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), é o autor da primeira e – possivelmente única – divergência no julgamento do núcleo crucial da trama golpista. Ele votou para absolver o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros cinco réus das acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Fux defendeu condenação apenas para o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-ministro Walter Braga Netto, pela Operação Copa 2022, plano para monitorar, prender e executar o ministro Alexandre de Moraes. E somente por um crime – abolição violenta do Estado democrático de Direito. Ao todo, a PGR imputou cinco crimes aos réus.

Foram doze horas de voto – o mais longo até o momento. Isso sem contar o intervalo para o almoço e três pausas mais breves para o café. Fux começou a ler o voto na quarta-feira, 10, às 9h12 e terminou às 22h45.
O ministro fez a leitura praticamente integral do voto, um calhamaço de 429 páginas, sem pular nem mesmo as referências às folhas do processo onde estavam cada uma das provas mencionadas por ele.