12 de setembro de 2025
Politica

Julgamento de Bolsonaro: Moraes aciona ‘VAR’ e exibe imagens que reforçam crimes da trama golpista

Durante o voto da ministra Cármen Lúcia nesta quinta-feira, 11, no Supremo Tribunal Federal (STF), o relator Alexandre de Moraes pediu um aparte em que “acionou o VAR” para reforçar os argumentos da acusação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado.

Após afirmar que os acampamentos e a depredação de 8 de janeiro de 2023 não foram “atos aleatórios” e que tiveram um líder, Moraes disse que “uma imagem vale mais que mil palavras” e mostrou gravações da data e de outras manifestações bolsonaristas.

A ministra Cármen Lúcia autorizou aparte de Alexandre de Moraes durante seu voto
A ministra Cármen Lúcia autorizou aparte de Alexandre de Moraes durante seu voto

No primeiro vídeo, Bolsonaro discursa em um carro elétrico em 7 de setembro de 2022. “Se isso não é ameaça”, comenta o ministro sobre trecho em que o ex-presidente diz, referindo-se ao próprio Moraes: “Temos um ministro desse Supremo que ousa continuar fazendo aquilo que nós não admitimos”.

“Eu pergunto: algum de nós aqui permitiria e afirmaria que isso é liberdade de expressão e não crime se um prefeito, em uma cidade do interior, inflamasse o povo contra o juiz da comarca? Qual o recado queremos deixar para o Poder Judiciário?”, questionou o magistrado.

Moraes seguiu apresentando fotos de bolsonaristas com faixas pedindo intervenção militar e de cartazes nos acampamentos em frente aos quartéis militares. “Pediam intervenção militar até em inglês. Já estavam preparando o passeio à Disney”, brincou. Mais de uma vez, Bolsonaro se referiu às acusações como “golpe da Disney”, alegando que estava nos Estados Unidos no dia dos atos anti-democráticos.

Na sequência, em alfinetada ao ministro Luiz Fux, que votou por absolver Bolsonaro e condenar Mauro Cid e Walter Braga Netto, Moraes apontou referências ao ex-presidente como um “líder” nas imagens.

“Aqui não está (escrito) ‘Mauro Cid presidente’, não está ‘Braga Netto presidente’, não estão os outros corréus. Aqui está o líder da organização criminosa presidente, que insuflava tanto que, em algo lamentável, com a camisa com a figura do presidente se destrói o relógio vindo ao Brasil com Dom João VI”, disse Moraes enquanto a tela mostrava momento em que o objeto é derrubado no chão, no 8 de Janeiro.

Com o voto da ministra Cármen Lúcia, a Primeira Turma do STF formou maioria para condenar Bolsonaro e os outros sete réus por organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Além do ex-presidente, respondem ao processo Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha) e Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro).

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *