12 de setembro de 2025
Politica

Centrão não vai rasgar as vestes por causa de Bolsonaro e se prepara para pular do barco em chamas

Passado o julgamento histórico que condenou Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por tentativa de golpe, o Centrão vai prestar condolências ao ex-presidente, como não poderia deixar de ser, mas pulará rapidamente desse barco em chamas.

Diante da pena de 27 anos e 3 meses de prisão anunciada na noite de quinta-feira, 11, pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro virou aquele aliado tóxico. Na prática, ele só servirá agora para passar o bastão, avalizando o candidato da direita à eleição presidencial de 2026. E quanto antes, melhor, para não contaminar a campanha.

O PL insistirá no projeto de anistia e o Centrão engrossará esse coro, mas não vai rasgar as vestes por causa do capitão reformado do Exército, que pode até mesmo perder a patente, a depender do veredicto do Superior Tribunal Militar (STM).

Bolsonaro ainda pode perder patente de capitão do Exército
Bolsonaro ainda pode perder patente de capitão do Exército

Na prática, o grupo que dá as cartas no Congresso quer mesmo é definir até o fim do ano quem será o desafiante do presidente Lula na eleição de 2026 para começar a preparar as armas do duelo.

No cenário de hoje, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desponta como o queridinho dessa turma, mas, para ser candidato, precisa do sinal verde de Bolsonaro, além de migrar para o PL.

Favorito a novo mandato no Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio não deixará o cargo em abril de 2026 para disputar o Planalto se não tiver essa garantia.

Outro nome cogitado pela direita para enfrentar Lula é o do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que faz uma administração aprovada por mais de 80% dos eleitores, de acordo com as pesquisas.

De qualquer forma, mesmo sem Bolsonaro no páreo, não há sinais de que a divisão do País esteja com os dias contados. Criticada na teoria, a polarização interessa tanto a petistas como a bolsonaristas: um lado precisa do outro como antagonista para se manter em evidência.

O grande problema, agora, é o “day after” da condenação do ex-presidente. Os Estados Unidos ameaçam com novas retaliações, o Congresso e o STF continuarão medindo forças e, ao que tudo indica, essa queda de braço só tende a piorar. Resta saber quando o Brasil dos brasileiros, que aparece na propaganda do governo, conseguirá virar essa página.

 

 

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