Hugo Motta acena para Lula e Tarcísio e fica cada vez mais fraco na Câmara
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem feito acenos tanto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quanto ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao mesmo tempo em que tenta ganhar tempo e enterrar a anistia. E, enquanto busca se equilibrar de um lado a outro, é crescente a leitura entre congressistas de que Hugo Motta está cada vez mais fraco.
Hugo tem o poder da caneta para pautar, mas não consegue reger o colégio de líderes. Seus aliados afirmam que ele apenas tenta dar um ar de normalidade nos trabalhos da Casa. Nem a tentativa de deixar a reforma administrativa como marca de sua gestão está dando certo.
O presidente da Câmara abraçou a agenda eleitoral de Lula, sinalizando o avanço de matérias de interesse do Planalto, como a MP que diminui a conta de luz. Por outro lado, vai abrir as portas novamente ao governador de São Paulo, esta semana, em Brasília. Seu correligionário volta à capital federal para articular os temas de interesse do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Rescaldo do julgamento de Bolsonaro vai pautar a reunião de líderes desta terça
Motta já deixou claro aos pares que não comprará sozinho a briga para anistiar Jair Bolsonaro, apesar da pressão bolsonarista, que vai aumentar após a condenação do ex-presidente a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O cálculo da cúpula da Câmara é o seguinte: sem o apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que está irredutível e rejeita pautar a anistia, não vale a pena se desgastar com o STF. Até integrantes do Centrão que haviam decidido endossar a demanda bolsonarista agora veem um perdão ao ex-presidente como menos provável.
Motta, contudo, deve receber Tarcísio de portas abertas nesta semana. O governador desembarca em Brasília para articular novamente a favor do padrinho político e se cacifar para representar a direita na disputa pelo Planalto em 2026.
