17 de setembro de 2025
Politica

Câmara pede e Dino suspende investigação sobre deputado do Tocantins por emendas para cestas básicas

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir se puxa para si a investigação que levou ao afastamento do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), por suspeita de corrupção.

O inquérito tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ), foro competente para julgar governadores, mas menções ao deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) levaram a Câmara a pedir a transferência do caso ao STF.

A investigação não se debruça sobre o mandato dele como deputado federal e sim como deputado estadual (2011-2023). O STF precisa definir se ele tem direito a foro privilegiado no tribunal após ter emendado os mandatos.

Deputado Ricardo Ayres
Deputado Ricardo Ayres

O ministro Flávio Dino, relator do recurso da Câmara dos Deputados, decidiu suspender “o prosseguimento das diligências específicas” envolvendo Ricardo Ayres até o STF dar a palavra final sobre quem tem competência para processar o caso.

A decisão de Dino não afeta o inquérito como um todo, apenas adia o andamento da investigação em relação ao deputado. Por enquanto, a Polícia Federal não poderá analisar eventuais provas relacionadas a ele.

O ministro afirma na decisão que “o respeito às garantias previstas no Estatuto Constitucional dos Congressistas impõe cautela, de modo a evitar que atos praticados por Juízo potencialmente incompetente resultem em violação à Constituição”.

“A medida é, assim, específica, proporcional e adequada à finalidade de preservar a competência e as garantias constitucionais em debate”, diz o despacho.

Em nota, o deputado disse que “não há indícios concretos” de sua participação nos crimes investigados pela PF. Ricardo Ayres afirmou também que sempre atuou com “responsabilidade e transparência” e que tem “absoluta certeza de que a verdade prevalecerá”.

“É essencial que se tenha cautela para não comprometer injustamente reputações construídas ao longo de anos”, diz a manifestação (leia a íntegra ao final da matéria).

O nome do deputado consta em anotações que, segundo os investigadores, eram usadas para o controle do pagamento de propinas em um esquema de desvios em contratos estaduais para a compra de cestas básicas na pandemia da covid-19.

Investigação põe sob suspeita emendas do deputado quando ele exercia mandato na Assembleia do Tocantins.
Investigação põe sob suspeita emendas do deputado quando ele exercia mandato na Assembleia do Tocantins.

COM A PALAVRA, O DEPUTADO RICARDO AYRES

Recebo com serenidade a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, que suspendeu as diligências do STJ contra mim no âmbito da Operação Fames-19. Essa liminar reconhece a importância de se respeitar as prerrogativas parlamentares e a competência do STF para analisar medidas dessa natureza.

Sempre atuei com responsabilidade e transparência e confio plenamente no trabalho da Justiça e no completo esclarecimento dos fatos. É essencial que se tenha cautela para não comprometer injustamente reputações construídas ao longo de anos. Em situações como essa, em que não há indícios concretos de participação, deve-se evitar pré-julgamentos e distorções de informações. O uso precipitado do sistema de Justiça pode, injustamente, afetar a trajetória de quem sempre pautou suas vida pública pela idoneidade. Tenho absoluta certeza de que a verdade prevalecerá.

 

 

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